Portugal foi afastado esta madrugada do Mundial de sub-20, ao perder com o Chile, por 1-0, nos oitavos-de-final. O desfecho só poderá surpreender quem não viu os jogos da equipa lusa na competição: depois das derrotas com México e Gambia, a actuação com os chilenos foi ainda mais fraca e só a boa exibição do guarda-redes Rui Patrício evitou um desnível maior no marcador. E para a má imagem ficar completa, nem sequer faltaram as expulsões disparatadas de Mano e Zequinha nos últimos minutos.
Com Fábio Coentrão de volta ao onze, mas sem Bruno Gama, lesionado, Couceiro voltou a apresentar a sua equipa-tipo, apenas com Feliciano Condesso no lugar do capitão. Esperava-se uma equipa recuperada psicologicamente, como o seleccionador tinha prometido, mas a equipa portuguesa voltou a confirmar todos os problemas de ligação entre sectores que já tinha patenteado em outros jogos. O Chile não demorou a assumir o comando da partida, sob a batuta de Sanchez (belo jogador) e Rui Patrício começou cedo a brilhar, negando o golo aos sul-americanos em três ocasiões.
Zequinha e Fábio Coentrão jogavam na frente, mas tinham uma distância enorme a separá-los dos companheiros: Portugal apostava no pontapé para a frente, sempre que ganhava a bola na defesa, deixando os avançados entregues a correrias sem destino. Depois de passado um período de sufoco, chegou a parecer que a primeira parte ia chegar ao fim com o marcador em branco, mas em cima do intervalo, um livre de Isla foi concluído por Vidal, à queima-roupa, depois de um desvio na cabeça de Nuno Coelho.
O Chile, com 65 por cento de posse de bola no primeiro tempo, voltou das cabinas disposto a abrandar o ritmo de jogo, em parte devido às limitações físicas de Sanchez e em parte devido ao calor tórrido (38 graus) que se registava em Edmonton. Não surpreendeu, por isso, que Portugal tivesse mais tempo a bola, sem no entanto conseguir levar perigo à baliza de Toselli. A entrada de Zezinando para o lugar de Pelé, em risco de expulsão desde a meia hora, deu um pouco mais de vida ao meio-campo, mas sem qualquer vestígio de jogo ligado.
O Chile, em contra-ataque, ainda desperdiçou duas boas ocasiões, e o tempo escoava-se, rumo a uma eliminação sem apelo. E nos minutos finais, a pálida exibição portuguesa foi ainda agravada pelo descontrolo emocional de Mano (que respondeu a uma falta com uma agressão) e de Zequinha (que viu o vermelho por tirar o cartão das mãos do árbitro!). O jogo, que já tinha sido medíocre (algo que o calor explica em parte), estava definitivamente estragado (o chileno Vidal ainda seria expulso por acumulação de amarelos), e foi curiosamente na fase dos descontos, com nove jogadores, que Portugal esteve mais perto do empate, primeiro por Antunes, depois por João Pedro. Seria prémio excessivo para uma equipa sem chama: pelo que jogou no Canadá, decididamente, Portugal não merecia estar entre os oito melhores do Mundo neste escalão.
Em Edmonton, no Estádio Commonwealth, sob arbitragem do malaio Mohd Salleh, as equipas alinharam:
CHILE: Toselli; Suarez, Isla, Larrondo, Medel, Sanchez (Cortés, 76 m), Currimilla, Medina (Grondona, 63 m), Vidal, Martinez, Vidangossy (Sepúlveda, 85).
PORTUGAL: Rui Patrício; Mano, Paulo Renato, João Pedro e Antunes; Pelé (Zezinando, 46 m), Nuno Coelho (Guedes, 70 m) e Pereirinha (André Marques, 81 m); Fábio Coentrão, Zequinha e Feliciano Condesso.
Ao intervalo: 1-0.
Marcador: Vidal (44 m)
Disciplina: cartão amarelo a Pelé (28 m), Nuno Coelho (39 m), Sanchez (50 m), Vidal (60 m), Feliciano Condesso (69 m), Cortés (76 m) e Paulo Renato (90 m).
Cartão vermelho a Mano (89 m), Zequinha (89 m) e Vidal (90, por acumulação).