Estão prontos! Depois da vitória sobre a Roménia (2-0), Portugal venceu esta terça-feira a Noruega (3-0), na Póvoa do Varzim, naqueles que foram os últimos ensaios para a fase final do Europeu da categoria que vai decorrer, no final de junho, na Geórgia e Roménia. Tal como no primeiro jogo, Rui Jorge mudou oito jogadores ao intervalo, mas a equipa manteve a mesma qualidade e até subiu de rendimento.

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Rui Jorge avisou, na antevisão do jogo, que Portugal teria de ser «paciente» em termos defensivos porque ia ter menos bola do que teve no jogo anterior frente à Roménia. De facto, os noruegueses entraram ao ataque, criando logo uma oportunidade no primeiro lance do jogo, encontrando uma brecha nas costas de Leonardo Lelo que não se cansou de explorar ao longo de toda a primeira parte.

Portugal procurou assentar o jogo, com uma boa circulação de bola, procurando atrair o adversário, para depois ter espaço para acelerar no último terço, onde Fábio Vieira e Pedro Neto, abertos sobre as alas, davam apoio direto às movimentações de Henrique Araújo.

Rui Jorge também disse que Portugal tinha de ser rápido no ataque para surpreender os noruegueses, mas a verdade é que a equipa nórdica fechou-se muito bem em termos defensivos, com duas linhas bem juntas, que depois se desdobrava muito bem para o ataque, quase sempre pelos corredores, quase sempre pelo direito onde se destacava um inspirado Kristian Arnstad que deu muito trabalho a Leonardo Lelo até ao intervalo.

Portugal tremeu nos primeiros instantes do jogo, mas depois foi crescendo, de forma sustentada, experimentando o remate de meia distância quando não conseguia chegar à área. Num desses remates, Tiago Dantas acabou por atingir uma criança que assistia ao jogo com os pais. O árbitro interrompeu o jogo e o jogador do PAOK aproveitou para pedir desculpa ao miúdo que chorava e acabou aplaudido pelas bancadas.

A Noruega continuou a provocar muitos problemas no corredor direito, obrigando mesmo Pedro Neto a recuar para ajudar Leonardo Lelo, mas a verdade é que Portugal tinha cada vez mais bola e nos últimos dez minutos da primeira parte já estava instalado no meio-campo norueguês. Foi aí, já na área, que Pedro Neto recuperou uma bola e assistiu Fábio Vieira para um remate que por muito pouco não resultou em golo. Não foi nesse lance, mas foi logo a seguir, na marcação de um pontapé de canto, em que a bola sobrou para Afonso Sousa encher o pé. A bola ainda sofreu um desvio em Joshua Kitolano, mas seguiu, imparável, para as redes norueguesas.

Rui Jorge muda oito e Portugal cresce

Portugal chegava ao intervalo a crescer e ganhava vantagem no marcador, mas, tal como aconteceu frente à Roménia, Rui Jorge mudou quase tudo para o segundo tempo, com oito alterações de uma assentada, deixando em campo apenas o guarda-redes Celton Biai e os centrais Alexandre Penetra e Tomás Esteves.

Oito mudanças com o mesmo figurino tático, mas com os novos jogadores a acrescentarem coisas novas ao jogo, com as suas características específicas, como foram os casos mais evidentes de Nuno Tavares, que trouxe mais profundidade e velocidade ao corredor esquerdo, mas também de Samú Costa, que trouxe mais mobilidade (incrível como aparece em várias zonas do campo), e também de Vitinha, com mais corpo e músculo do que Henrique Araújo para lutar com os possantes defesas noruegueses.

A equipa portuguesa apresentou-se, assim, mais fresca e mais dinâmica, diante de um adversário que, com apenas duas alterações, foi acusando cada vez mais desgaste físico. O segundo golo chegou ao minuto 66 e resultou precisamente da maior mobilidade que Portugal tinha agora em campo, num lance desenhado ao primeiro toque. Vasco Sousa cruzou da esquerda, Samú Costa, junto ao segundo poste, em esforço, conseguiu puxar a bola, com a ponta da bota, para dentro e Vitinha rematou de primeira. A bola ainda ficou ali a saltitar sobre a linha e, quando um defesa procurou afastá-la, acabou por rematar contra a barra e esta passou mesmo a linha fatal.

A Noruega acabou por refrescar a equipa e ainda arriscou no ataque, à procura de um golo. O jogo voltou a ficar mais aberto e Portugal acabou por fechar o jogo com um terceiro golo. André Almeida, no corredor central, recebeu uma bola de Nuno Tavares, deu três passos, levantou a cabeça e disparou colocado, sem hipóteses para Klaesson.

Estava feito. Dois jogos que deixaram claro que Rui Jorge não tem apenas um onze preparado para a fase final, mas tem um plantel inteiro recheado de soluções diferentes para atacar o título europeu no próximo mês de junho.

Veja os três golos deste jogo: