A 14.ª jornada da Superliga tem associada uma curiosidade que, partindo obviamente do campo das hipóteses, proporciona um cenário bastante inusitado nesta fase da prova: há seis equipas que, em teoria, podem terminar a ronda no primeiro lugar do campeonato.
Este quadro de seis potenciais líderes (actualmente, dois são-no, claro, em concreto) é acompanhado, porém, por duas contingências: 1) como dois deles jogam entre si, a 14.ª jornada pode terminar «apenas e no máximo» com quatro equipas igualadas no primeiro lugar; 2) «quatro» e não «cinco» equipas devido à diferença pontual do quinto classificado em relação aos restantes adversários (a explicitar supra).

Assim, entre os seis, começando no F.C. Porto (1.º; 25 pontos), passando por Benfica (2.º; 25), Sporting (3.º; 24), Boavista (4.º; 24) e V. Setúbal (5.º; 23) e terminando no Sp. Braga (6.º; 22), a distância pontual entre o primeiro e o último é de apenas três pontos; o mesmo é dizer: uma vitória (sendo que o Sp. Braga é o único que nunca poderá ser líder isolado).
O que nos leva a lembrar o também óbvio: que é preciso que uns percam pontos enquanto os outros ganham para a concretização da hipótese sugerida. Em concreto, façamos então as contas (recorde-se que sempre na óptica de maximizar o número possível de líderes no final da ronda: quatro de entre seis).
[Expliquemos ainda antes, no entanto, as contingências referidas: 1) Sporting e Sp. Braga (que têm equipas à sua frente e dois pontos de diferença entre si) defrontam-se não podendo, portanto, os seis potenciais líderes encontrarem-se no primeiro lugar; 2) não podem «seis», nem «cinco», mas apenas «quatro», dada a classificação do V. Setúbal: os sadinos têm dois pontos de distância em relação aos actuais comandantes e só podem fazer parte de um grupo de líderes ganhando e se o F.C. Porto e o Benfica empatarem (26 pontos para todos); mas, neste caso, nenhuma equipa das outras três pode igualá-los; o Sp. Braga ficará sempre abaixo; o Boavista e o Sporting com dois ou um ponto a menos, ou com um ponto a mais.]
Definido que está assim o cenário máximo de quatro líderes para um quadro inicial de seis comandantes em potência vamos, finalmente, a estas contas em que o «patamar ideal» será o de 25 pontos. Há duas hipóteses possíveis: 1) o F.C. Porto e o Benfica perdem e o Sporting e o Boavista empatam; 2) o F.C. Porto e o Benfica perdem, o Boavista empata e o Sp. Braga ganha.
P.S. Há, todavia, uma nuance de calendário a colocar a prática de todo este exercício, se não em causa, pelo menos em suspenso: o F.C. Porto-Marítimo da 14.ª jornada só vai ser disputado dia 22/12, o que leva a que ainda antes da sua realização seja disputada a 15.ª jornada (a 19/12) ¿ o que, obviamente, poderá obstar, na prática, à concretização da hipótese original de ter quatro líderes quando concluídos todos os jogos da 14.ª jornada. Mas como este exercício, desde o início, foi sempre formulado em tese, tem de se esperar para ver; aproveite-se pelo menos para fazer algumas contas, pois, essas, nunca fizeram mal a quem quer que fosse...