Surpesa no Mundial de Clubes. O Mazembe, campeão de África, garantiu uma presença inédita na final da competição que está a decorrer em Abu Dhabi, deixando pelo caminho os brasileiros do Internacional de Porto Alegre (2-0) e desfazendo, à partida, a repetição histórica de mais uma final entre o campeão da Europa e o campeão da América do Sul. Uma surpresa até para Rafael Benítez, treinador do Inter Milão, que assistiu ao jogo das bancadas antes de também lutar por um lugar na final, esta quarta-feira, frente aos sul-coreanos do Seongnam.

A equipa africana já tinha registado meia surpresa quando afastou os mexicanos do Pachuca (1-0), mas nem isso serviu de aviso para os brasileiros que entraram em campo esta terça-feira como se fosse apenas um aquecimento para a anunciada final e acabaram por ser surpreendidos pela magia africana do sensacional Mazembe. A equipa da República Democrática do Congo pratica um futebol genuíno, mas extremamente eficaz, com uma defesa sólida e um ataque sempre direccionado para a baliza adversária.

Depois de uma primeira parte com poucas emoções, com os brasileiros por cima, mas sempre à espera de um golo caídos dos céus, os africanos arriscaram mais na segunda etapa, com um futebol directo, contagiante e acabaram por recolher frutos, perante a estupefacção do adversário e, principalmente, do seu treinador, Celso Roth, que demorou uma eternidade a reagir ao desaire que já se adivinhava em campo. Kabbangu, com um remate colocado, aos 53 minutos, colocou a equipa africana em vantagem e deixou os brasileiros em estado de choque.

O Inter tentou reagir de coração nas mãos, mas pela frente encontrou um Kidiaba, o guarda-redes do Mazembe, inspirado e pouco disposto a deixar a bola a entrar na sua baliza, apesar dos esforços de Alecsandro, Sóbis e Walter Matias. O Mazembe acabou por ampliar a vantagem, aos 86 minutos, com um remate de Kaluyituka que matou definitivamente o jogo. A festa acabou ao som de ritmos africanos, com toda a equipa a dançar, com o guarda-redes Kidiaba novamente em destaque, em uníssono com os adeptos. Os brasileiros estavam em maioria nas bancadas do Estádio Bin Zayed, mas não houve sinal de samba.

As equipas alinharam da seguinte forma:

MAZEMBE: Kidiaba; Kimwaki, Kasusula, Singuluma, Kabangu (Kanda, 84m), Bedi, Kaluyituka, Mihayo; Ekanga e Kasongo.

INTERNACIONAL: Renan; Bolivar, Indio, Nei e Guinazu, Kléber, Tinga (Giuliano, 63m), D'Alessandro, Alecsandro (Damião, 63m), Sobis (Oscar, 76m) e Walter Matias.

Veja os golos do Mazembe e a festa do guarda-redes Kidiaba