A figura

Maxi Pereira


Seja a Liga dos Campeões ou a Taça da Liga, faça calor ou muito frio, como esta noite na Luz, podem sempre contar com o compromisso de Maxi Pereira. Num jogo em que faltou muitas vezes essa intensidade, Maxi foi Maxi. E foi determinante, no passe para o golo de Jonas e nas subidas pela direita a desequilibrar, como no lance a fechar a primeira parte, uma grande jogada individual do uruguaio, a fazer vibrar a trave. E os poucos espectadores nas bancadas da Luz. Maxi, 30 anos, está em fim de contrato e ainda não renovou, à oitava época na Luz, o impasse não terá seguramente a ver com dúvidas sobre o que é o uruguaio em campo. É isto, sempre.

O momento

Jonas a faturar e a arrefecer



O jogo levava onze minutos quando Maxi subiu pela direita, ganhou a Marçal e meteu na área, onde apareceu Jonas a cabecear para o 1-0. Em vantagem tão cedo, o Benfica tinha o jogo onde o queria. Sem que o Nacional conseguisse dar uma resposta para reanimar as coisas, um jogo já em ambiente de fecho de contas foi-se arrastando em velocidade-cruzeiro. 

Outros destaques

Cristante

Mais uma oportunidade, a que o italiano deu resposta positiva. Boa presença, a ganhar a bola e a lançar jogo, alguns grandes pormenores técnicos. Não foi uma partida particularmente exigente, mas esta noite Cristante disse presente e deu corpo à ideia de que sim, há margem para o miúdo de 19 anos crescer.


Talisca

A fazer de Enzo Perez pelo segundo jogo consecutivo – frente ao Gil Vicente o argentino cumpria castigo, agora já não mora na Luz – a impressão que ficou da exibição do jovem brasileiro é que, a ser este o caminho escolhido por Jesus, vai precisar de tempo e paciência. A intensidade e a capacidade de pensar e transportar o jogo a partir de mais de trás ainda não estão lá. Teve de resto oportunidade num livre para voltar aos golos, acabou por sair a meia hora do final para dar lugar a Samaris. Outra hipótese para a posição 8?


Formados localmente, mas poucos


Os regulamentos da Taça da Liga obrigam a que no onze estejam pelo menos dois jogadores formados localmente, ou seja, que tenham jogado em Portugal entre os 15 e os 21 anos. E que joguem pelo menos 45 minutos. O Benfica cumpriu a quota mínima, eram André Almeida e Pizzi. No banco havia apenas mais um, o guarda-redes Bruno Varela. O Benfica cumpriu, e à risca. Ao intervalo saiu Pizzi para dar lugar a Gaitán, lá se foi a quota. Não é exclusivo dos encarnados, o que só reforça a ideia de como é longo o caminho quando se fala do espaço para a formação no futebol português.

Gomaa

Numa equipa do Nacional com algumas ideias mas pouco intensa em campo, o médio egípcio foi dos jogadores madeirenses mais inconformado. A tentar criar desequilíbrios, a lançar jogo, a tentar dar umas sapatadas no tom geral de marasmo na noite. O que teve o outro lado da moeda. Com alguns excessos também por vezes no ataque à bola, viu dois cartões amarelos e foi mais cedo para os balneários, a quatro minutos dos 90.