O Belenenses passou incólume pela 3ª eliminatória da Taça de Portugal, justificando o favoritismo na visita do Amares (0-3), equipa do quarto escalão do futebol português. Os adeptos locais lamentaram o desaire mas pediram, de imediato, um prémio de consolação. Uma vitória azul frente ao V. Guimarães, na próxima jornada da Liga. Rivalidade natural, face à proximidade entre Amares e Braga.
Jaime Pacheco regressa ao mapa futebolístico, em boa hora. O antigo treinador do Boavista deixou jornalistas e adeptos com saudades da sua postura franca, do sorriso constante. Aliás, características perfeitas para encarar este desafio da Taça de Portugal, festa onde os maiores costumam tombar por falta de humildade.
O Belenenses apresentou-se em Amares com o melhor onze, enfrentando o último classificado da Série A da III Divisão com a seriedade suficiente para desequilibrar rapidamente a partida. José Pedro e Silas, sempre eles, assumiram a responsabilidade e justificaram a presença de dezenas de adeptos do clube do Restelo. Ao longo da primeira parte, assistiu-se a um assalto ininterrupto à baliza de Micael. Após uma mão-cheia de falhanços imperdoáveis, João Paulo Oliveira quebrou a resistência local.
Pacheco e a porrada
Antes, algures a meio da etapa inicial, um momento à Jaime Pacheco. José Pedro fez falta, registo inusitado no médio, e um adepto do Amares atirou a matar: «É o Pacheco que te manda dar porrada?» O novo responsável técnico do Belenenses, lá de baixo, virou-se rapidamente e, usando a boa disposição da praxe, garantiu que não, não senhor. Fica-lhe bem.
O Amares, em abono da verdade, não conseguiu apresentar argumentos para discutir o resultado. O experiente Tito, Renato e Ismael (ex-júnior do V. Guimarães) deixaram indicações positivas, mas o colectivo não funcionou. Aliás, Júlio César foi um espectador despreocupado durante largos do encontro. Do outro lado, Micael não tinha descanso, e nem sempre encontrou o antídoto para travar as investidas belenenses.
Com naturalidade, a equipa do Restelo foi construindo um resultado seguro, na etapa complementar. Carciano marcou o segundo na sequência de novo canto e o recém-entrado Porta justificou o epíteto de goleador, com uma hora de jogo. 3-0, e o Amares de braços caídos. Ismael ainda desenhou um arco-íris, em forma de cabeceamento, mas Júlio César negou-lhe o golo de honra, com brilhantismo. Nada a fazer.
FICHA DE JOGO
Jogo no Estádio Eng. José Carlos de Macedo, em Amares
Cerca de 1.000 espectadores
Árbitro: André Gralha (A.F. Santarém)
Auxiliares: Paulo Vieira e Vítor Carvalho
AMARES: Micael; David, Afonso, Ricardo e Tito; Filipe (Hélder, 56m), Gomes e Renato; Ismael, Armando (Paulinho, 76m) e André (Diogo, 67m).
Suplentes não utilizados: Márcio, Sousa, Ramoa e Vasco.
BELENENSES: Júlio César; Cândido Costa, Carciano, Alex (Baiano, 77m) e China; Silas, Gomez e Zé Pedro; Mano, João Paulo Oliveira (Roncatto, 56m) e Wender (Porta, 54m).
Suplentes não utilizados: Assis, Matheus, Mareslo e Vinícius.
Golos: João Paulo Oliveira (39m), Carciano (48m), Porta (60m)
Cartões amarelos: Alex (9m), João Paulo Oliveira (40m)