O Vila Meã, equipa que subiu esta época à III Divisão, é uma das surpresas da Taça de Portugal. Ainda não eliminou nenhum adversário do escalão principal, sendo esse o próximo desejo, mas já fez tombar alguns clubes de maior dimensão, como aconteceu na quinta eliminatória, ao eliminar o Sp. Covilhã, da Liga de Honra, no seu próprio reduto. A única equipa do quarto escalão que continua em prova teve de vencer cinco encontros (frente a Cinfães, Arrifanense, Mondinense, Mirandela e Sp. Covilhã) para chegar a esta fase e, agora, não há limites para o sonho.
Eduardo Luís, ex-campeão europeu pelo F.C. Porto, é o treinador do Vila Meã, equipa que quer continuar a fazer a «festa da Taça», embora o campeonato da III Divisão, onde é líder da Série B, seja a prioridade, para um emblema proveniente dos distritais. «Estamos extremamente felizes, esta passagem à próxima eliminatória é mais um feito, conseguido com um bom jogo e esperamos continuar a dar uma boa imagem na Taça e no campeonato», refere, admitindo que não esperava tamanho sucesso do clube no regresso às competições nacionais. «Não estávamos à espera, a maioria dos jogadores transitou da época passada, mas a cada vitória a confiança é reforçada e, neste momento, estamos a atravessar um grande momento, com a continuidade da Taça e uma vantagem significativa na liderança da Série B da III Divisão».
O principal trunfo do Vila Meã é a defesa menos batida dos campeonatos nacionais, com apenas quatro golos sofridos em quinze encontros realizados na III Divisão. A equipa foi construída de trás para a frente e isso explica o facto de, no extremo oposto do terreno de jogo, só haver registo de 16 golos marcados, ligeiramente acima da média de um golo por encontro. O técnico Eduardo Luís, recorde-se, foi um defesa de nível internacional, com a camisola do F.C. Porto e da selecção nacional, passada que ajuda a explicar a prestação da equipa: «É mais um facto de motivação, algo que nos satisfaz imenso. Como jogador, sempre joguei no sector defensivo e sei incutir o espírito desejado nos meus jogadores. Tenho uma defesa de grande nível e, à medida que os jogos passam, a confiança vai crescendo».
«Setenta ou oitenta por cento dos jogadores não são profissionais, treinar à noite não é como treinar de manhã ou de tarde, mas não será isso a retirar a nossa ambição. Estamos no primeiro lugar, no campeonato, num ponto de viragem do campeonato, já conhecemos todos os adversários e queremos conseguir a nossa posição. Na Taça de Portugal, vamos esperar pelo adversário que nos calhar em sorte, temos mais probabilidades de jogar contra um clube da primeira divisão mas isso não nos assusta, queremos é estar preparados, porque o próximo jogo é em breve e queremos estar preparados», concluiu Eduardo Luís.