Um golo de Edgar em cima do minuto 90 deu ao Vitória de Guimarães o passaporte para a próxima eliminatória da Taça de Portugal à custa de um Portimonense que jogou mais e melhor mas continua arrastar uma série de maus resultados (já está fora da Taça da Liga e em lugar de despromoção na Liga)

Para além dos onze jogadores do Vitória, o Portimonense jogava também contra a história: das três vezes que os algarvios e minhotos se haviam encontrado a contar para a Taça de Portugal, o resultado foi sempre desfavorável aos de Portimão. Da última vez, em 87/88, o Vitória «roubou» mesmo uma final no Jamor ao Portimonense: deu 2-1 para o Vitória.

Numa altura em que passa por uma crise de resultados (que passou precisamente por Guimarães, onde perdeu por 0-2), o Portimonense começou exactamente como mais desejaria começar: com um golo, logo aos 4 minutos. Nilson cruzou bem da esquerda e um Renatinho, livre de marcação, cabeceou sem hipóteses para o outro Nilson, o guarda-redes vimaranense.

E apesar do golo madrugador, o Vitória não reagia e continuou a ser o Portimonense a mandar num jogo (com a influência de um adaptado Pedro Silva no meio-campo) e a ser mais perigoso, principalmente pelas iniciativas de Candeias no flanco esquerdo. Pelo outro lado, o Vitória mostrava uma apatia inexplicável e só se mostrava no ataque através das subidas do lateral-esquerdo Bruno Teles. No entanto, a melhor ocasião de golo até ao intervalo acabaria por ser do extremo Candeias, que levou uma bola à barra através de um livre directo.

Mas se o Vitória de Guimarães pouco tinha feito até ao intervalo, na saída dos balneários acabou por marcar exactamente ao minuto 4 (o mesmo em que o Portimonense tinha marcado, mas na primeira parte). E a partir daí, houve um jogo completamente diferente, com o Vitória a fazer pela vitória.

Mas depois de um período inicial de pressão do Vitória de Guimarães, foi mesmo o Portimonense a pressionar mais e era o treinador Litos a dar o mote, quando tirou o central André Pinto para meter mais um médio, recuando o lateral Pedro Silva (que vinha jogando no meio-campo) para central. E os algarvios foram somando ocasiões junto à baliza vimaranense (e pontos à exibição do guarda-redes Nilson) sem, no entanto, conseguir consumar esse domínio em golos.

No entanto, em cima do minuto 90, quando no estádio já se pensava no prolongamento, foi mesmo o Vitória de Guimarães a conseguir um golo, através do ponta-de-lança Edgar ¿ que, mesmo numa tarde fria, gelou o ambiente num Estádio Algarve com pouco mas entusiasta público.

O Portimonense acabou por prolongar a sina dos últimos jogos para a Taça de Portugal. Depois de uma série de resultados menos bons na Liga portuguesa e da eliminação da Taça da Liga, continua a praticar um futebol ofensivo e por vezes até entusiasmante, mas a não conseguir traduzi-lo em bons resultados.