Figura: Corona

Uma exibição de gala. Realizou o quarto jogo consecutivo a titular a lateral-direito e pode-se dizer que o novo papel não lhe retirou preponderância nas ações ofensivas. Desconcertante, conduziu várias vezes o jogo ofensivo do FC Porto pelo corredor. Para além de ter tirado inúmeros cruzamentos prometedores, ainda tentou o golo num canto ensaiado (30’). Deliciosa a movimentação na jogada que originou o golo de Soares: correu metros, tabelou com Adrián e na cara de Mika ofereceu o golo ao brasileiro. Perdeu fulgor no segundo tempo. Não é arriscado escrever que é o jogador dos dragões em melhor forma.

Momento: Redenção de Otávio

Três minutos após desperdiçar uma grande penalidade, Otávio assinou um golo extraordinário, pleno de técnica. Com a receção «limpou» Reinildo do lance, depois livrou-se da dupla Sasso-Gonçalo Silva e desviou de Mika com a ponta da bota. Respirou de alívio e praticamente selou a qualificação do FC Porto para os oitavos de final da Taça de Portugal.

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Outros destaques:

Soares: Conceição tinha prometido a titularidade do brasileiro. E em boa hora decidiu lançá-lo, já que Tiquinho marcou o golo que deu início ao triunfo azul e branco. Contudo, ficou a dever a si próprio o bis ou hat-trick. Lento a decidir, acabou por perder duas excelentes situações diante de Mika na segunda parte (65’ e 74’). Somou o quinto golo da época.

Licá: um avançado operário. Corre muito, luta bastante, sempre à espreita de uma oportunidade de finalização. Esta noite foi assim. Tentou o golo na única vez que foi bem-servido, no entanto, o remate à meia volta esbarrou em Fabiano (44’). Fixou-se definitivamente no corredor esquerdo na segunda parte para ajudar Reinildo a conter as incursões de Corona.  Um regresso razoável a uma casa que foi sua durante um ano (2013/14).

Otávio: interventivo, mas pouco assertivo. Variou boas decisões com outras precipitadas. Três minutos resumem a exibição inconstante: desperdiçou uma grande penalidade (55’) que daria um resultado confortável aos portistas, mas aos 58’ desatou a driblar adversários e a colocar a bola no fundo da baliza de Mika (2-0).

Ljujic: partiu do corredor direito, mas procurou sempre o corredor central ora para assistir os seus companheiros, ora para fazer uso do forte pontapé. Nota-se que tem qualidade, embora tenha abusado nas tentativas de explorar as costas da defesa portista. No geral fez uma boa exibição.

Adrián López: não era titular desde o jogo da Taça da Liga frente ao Varzim, mas a falta de minutos não se fez notar. Conceição colocou-o no corredor esquerdo e o espanhol correspondeu. Respeitou (e bem) as subidas de Telles pela esquerda, combinou bem no corredor central – sublime o passe para Corona no lance do 1-0. Faltou-lhe apenas o golo, embora se tenha mostrado como uma alternativa válida.