No final do milénio, quando ainda não sonhava chegar ao principal escalão, o Moreirense impôs ao Vitória a eliminação na Taça de Portugal, em 1999. O clube da vila agigantou-se perante o clube do concelho, tomou-lhe o gosto e seguiram-se mais duas vitórias nas duas épocas seguintes.

21 anos depois o Moreirense continua a ser o rei dos duelos concelhios da cidade berço. Quinze dias após ter sido derrotado do D. Afonso Henriques no campeonato, de forma imerecida, os cónegos saíram por cima na desforra. Triunfo (3-2) com grande dose de eficácia na primeira parte, e um controlo exímio na segunda metade, até aos instantes finais.

Yan Mateus encaminhou o triunfo no primeiro tempo com dois golos, sendo a figura do encontro, Steven Vitória arrumou com as dúvidas no início da segunda metade, arrumando com as aspirações do conjunto de Pepa, que ficou completamente perdida em campo e acumulou erros.

Futebol de um lado, eficácia do outro

O jogo iniciou-se com domínio territorial do Vitória, chamando a si a iniciativa de jogo e instalando-se por completo no meio campo adversário. Com mais bola, o conjunto de Pepa rematou muito, procurou o cruzamento e somou movimentações ofensivas. Quase sempre lances sem chama e sem a convicção necessária.

A convicção que sobrou na área contrária. Quando se soltou das amarras o Moreirense criou perigo, subiu ao ataque e foi letal. Yan Mateus, uma das seis novidades no onze de João Henriques, foi o expoente máximo da eficácia cónega, batendo por duas vezes Bruno Varela ainda nos primeiros quarenta e cinco minutos.

Primeiro aos vinte minutos e depois em cima do descanso a defesa do Vitória ficou a ver jogar, foi demasiado permissiva e nas duas ocasiões o extremo brasileiro ficou na cara do guarda-redes adversário, atirando sem mácula em momentos chaves do jogo, deixando o Moreirense em posição privilegiada no encontro.

Terceiro golo e ameaça de descalabro antes da reação tardia

Nessa posição privilegiada, quando se esperava que a defesa do resultado ia ser feita de forma hercúlea em frente à área, João Henriques subiu as suas linhas e controlou o jogo sem bola no ataque, entalando o Vitória no seu setor mais recuado. Tremeu a defesa ao ter de sair a jogar num espaço reduzido, cometeu erros e deixou o Moreirense confortável.

Aos sessenta minutos, na sequência de um pontapé de canto, Steven Vitória arrumou com a questão com um golpe de cabeça, carimbando defensivamente a incapacidade de resposta de um Vitória que se arrastou em campo nos últimos trinta minutos, completamente atónito e sem capacidade para organizar o seu jogo.

A exceção foram os instantes iniciais, quando o Vitória ainda ameaçou entrar em jogo. Rochinha marcou a um minuto dos noventa, Rafa Soares reduziu a desvantagem no último dos três minutos de descontos. Insuficiente e tardia a reação do Vitória. O Moreirense continua a ser o rei da Taça de Portugal no que aos duelos vimaranenses diz respeito. Segue em frente o conjunto cónego, quatro triunfos em outros tantos jogos na prova rainha do futebol português, sendo o único represente de Guimarães na presente edição.

FICHA DE JOGO
Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freiras
Árbitro: Rui Costa
Golos: Yan Mateus (20m e 45m), Steven Vitória (60m), Rochinha (89m) e Rafa Soares (90+3m).

Moreirense FC: Pasinato; Paulinho, Rosic, Steven Vitória e Amador (Abdu Conté, 67m); Ibrahima (Franco, 67m) e Fábio Pacheco; Pires, Filipe Soares (Jambor, 83m) e Yan (Derik, 67m); André Luís.

Vitória SC: Bruno Varela; Sacko, André Amaro, Mumin e Hélder Sá (Rafa Sares, 56m); Tiago Silva, Handel (Alfa Semedo, 65m) e Gui (Marcus Edwards, 56m); Rochinha, Bruno Duarte (Iuri Tavares, 65m) e Lameiras (Quaresma, 56m).

Disciplina
Amarelo para: Tiago Silva (58m) e Fábio Pacheco (64m).