Figura: Zé Luís
Primeiro hat-trick da carreira de Zé Luís. Um predador à solta na área do Rio Ave, sedento de golos e uma espécie de arma sempre carregada e pronta a disparar. No sítio certo à hora certa, com o instinto matador apurado, fez dois golos em menos de meia hora. É um contrassenso, mas não deixa de ser verdade que ao intervalo o Sp. Braga já utilizava, imagine-se, o pé esquerdo de Zé Luís para acelerar prego a fundo em direção ao Jamor. Depois de ter bisado em Barcelos na última jornada da Liga, o avançado cabo-verdiano bateu os seus próprios limites e com uma cabeçada portentosa fez o terceiro da sua conta pessoal. Saiu a um quarto de hora do fim, para as palmas, quando o estádio gritava o seu nome de pé. Noite de sonho do avançado cabo-verdiano de 24 anos dos Guerreiros.
 
Momento: primeiro golo de Zé Luís (16’)
Derrubou-se a resistência do Rio Ave, coroando com êxito a entrada forte do Sp. Braga. A estratégia dos Guerreiros demorou pouco mais de um quarto de hora a dar frutos, pelo pé esquerdo, que se está a tornar inevitável, de Zé Luís. Baiano ganhou a linha de fundo e serviu atrasado Pardo; o remate forte do colombiano ultrapassou a tentativa de corte de Prince e ficou à mercê de Zé Luís. O instinto do avançado fez o resto. Caminho aberto para passagem do Sp. Braga, que não foi mais do que o início de uma noite de sonho para Zé Luís.
 
Negativo: Vilas Boas expulso antes do intervalo
Se a tarefa do Rio Ave já era hercúlea quando Jorge Sousa apitou para o período de descanso, pior ficou com o travar de razões de Vilas Boas com Ruben Micael no caminho para túnel. Encostou cabeça com cabeça com o médio do Braga e provocou um burburinho no último suspiro do primeiro tempo. Reação a quente, inexplicável depois de ter visto amarelo um minuto antes, tendo, inclusive, arriscado um segundo amarelo na jogada seguinte. Dois minutos fatídicos para o central, a prejudicar, e de que maneira, a manobra da equipa de Vila do Conde.
 
OUTROS DESTAQUES:

Pardo

Uma seta apontada à baliza de Ederson, ganhando por diversas ocasiões as costas a Tiago Pinto. Com o corredor aberto, criou vários calafrios ao setor mais recuado da equipa de Pedro Martins, fazendo uso da sua velocidade. Deixou a sua marca no primeiro e no terceiro golo, servindo Zé Luís.
 
Luiz Carlos e Mauro
Não se dá por eles no meio campo do Sp. Braga, mas o que é certo é que ocuparam o lugar dos intocáveis Danilo e Pedro Tiba no miolo bracarense pelo terceiro jogo consecutivo, e têm dado estabilidade à equipa minhota. Criteriosos a distribuir jogo e muito posicionais a equilibrar a equipa de Sérgio Conceição, que esta noite orientada a partir do banco pelo adjunto Jorge Rosário.
 
Djavan

Com um Rafa menos inspirado do que é habitual, mas ainda assim a cumprir os serviços mínimos, o destaque na esquerda recaiu sobre Djavan. O lateral esquerdo brasileiro demonstrou-se muito ofensivo e colecionou uma série de investidas atacantes dignas de registo, visando mesmo por várias ocasiões a baliza do Rio Ave.

Ruben Micael 
Exibição conseguida do médio bracarense. Foi o motor dos Guerreiros e colocou a sua assiatura nos dois primeiros golos. Ainda no primeiro tempo fez um passe deliciosa para Djavan, de calcanhar. 
 
Rio Ave
A equipa vila-condense foi uma autêntica nulidade na pedreira. Sem ideias, sem capacidade de fazer frente ao poderia arsenalista. O conjunto de Pedro Martins não conseguiu fazer um remate digno de registo enquadrado com a baliza de Kritciuk. A expulsão de Vilas Boas não explica tudo, nem tão pouco a exibição de gala do Sp. Braga serve de atestado a uma exibição tão pobre do Rio Ave.