O Portimonense operou uma sensacional reviravolta em Paços de Ferreira (2-3), garantindo com total mérito o primeiro lugar no Grupo C da Taça da Liga e consequente apuramento para as meias-finais da competição.

A equipa da II Liga superou a oposição dos primodivisionários Sporting, Arouca e Paços de Ferreira. Assim, irá defrontar o vencedor do Grupo A, onde o Marítimo parte em vantagem sobre Famalicão e Feirense, enquanto FC Porto chega à última jornada sem pontos.

Quem imaginaria que seria o Portimonense a seguir em frente no Grupo C? O triunfo frente ao Sporting, na segunda jornada, garantiu uma vantagem determinante para os algarvios.

No fundo, ficou em pé quem menos rodou na Taça da Liga. Os treinadores continuam a apresentar versões alternativas dos seus melhores onzes na prova, esticando a lógica para lá do aconselhável.

José Augusto demonstrou outra ambição. Limitou a gestão do grupo – perante um calendário extremamente apertado na II Liga – a duas/três mudanças por jogo e tirou dividendos.

Momento histórico para o Portimonense e para as gentes de uma cidade que terá saudades do futebol ao mais alto nível. Pleno no Grupo C, 9 pontos e 9 golos marcados em três jogos. Apuramento com distinção. É a primeira equipa secundária a chegar a esta fase da competição.

Confira a FICHA DE JOGO

A noite mais difícil terá sido esta em Paços de Ferreira. Tudo apontava para um cenário propício à equipa sulista. Três pontos e cinco golos de vantagem perante o Sporting e um adversário sem hipóteses de apuramento.

Jorge Simão manteve apenas dois titulares em relação ao último jogo na Liga – frente ao Sporting, precisamente – mas a segunda linha deu uma resposta extremamente interessante.

Ao sétimo minuto de jogo, Roniel (extremo cedido pelo FC Porto) aproveitou uma falha tremenda de Fidelis Irhene para encher o pé à entrada da área e marcar um golo golo.

O Paços de Ferreira assustou o Portimonense e chegou ao segundo já perto da meia-hora, por intermédio de Manuel José. Altos níveis de eficácia a lançar a ameaça de uma derrota pesada. O Sporting, em Arouca, continuava em branco e não aumentava a pressão sobre o líder do grupo.

A resposta decisiva de José Augusto

José Augusto estava visivelmente insatisfeito e respondeu com uma alteração decisiva. Tirou o infeliz Fidelis Irhene para colocar em campo André Carvalhas. Uma unidade cerebral para o jogo algarvio.

Ewerton, autor de um bis frente ao Sporting, estava convocado mas não surgiu na ficha de jogo. Faltava alguém a marcar ritmos e encurtar caminhos para a baliza contrária.

O Portimonense – com sete titulares em relação ao jogo anterior - cresceu a partir daí. Em cima do intervalo, Fidelis iniciou a recuperação após cruzamento de Ryuki. Beneficiando, é certo, de clara posição irregular.

No arranque da etapa complementar o Paços de Ferreira ainda esteve perto do 3-1, com destaque para uma grande oportunidade de Fábio Martins (56m), mas a equipa visitante foi equilibrando e sorriu com a má decisão de Cícero, que desviou um livre de André Carvalhas para o fundo da própria baliza.

O melhor golo da noite seria apontado por Fabrício, logo depois. O Portimonense completou a reviravolta em apenas três minutos. Remate violento do avançado brasileiro na cobrança de um livre direto, a meia altura, a bola a passar pelo meio da barreira e a entrar fora do alcance de Marco.

A igualdade seria o resultado mais justo, face ao que aconteceu no relvado da Mata Real, mas o Portimonense merece o longo festejo. O Paços de Ferreira passou uma imagem de seriedade, mesmo com uma segunda linha. Em Arouca, o Sporting marcou demasiado tarde. Não chegou para assustar.