O Estoril foi a Alvalade surpreender o Sporting, atual detentor da Taça da Liga, e continua na corrida para a Final Four, enquanto os leões estão agora obrigados a vencer em Santa MAria da Feira na última ronda. José Peseiro promoveu oito alterações na equipa, os leões realizaram uma exibição medíocre e caíram com estrondo. Mesmo depois de Wendel ter aberto o marcador aos dez minutos, a equipa de Alvalade nunca teve o jogo sob controlo e permitiu que os canarinhos dessem a volta ao resultado na segunda parte. Viram-se lenços brancos nas bancadas e ouviram-se pedidos de demissão ao treinador.

Confira a FICHA DO JOGO

Um jogo que marcou o regresso de Bas Dost à titularidade, o que já não acontecia desde 18 de agosto. José Peseiro promoveu, aliás, oito alterações em relação ao último jogo com o Boavista, apresentando uma defesa renovada e dando novas oportunidade a jogadores como André Pinto, Marcelo, Jefferson, Carlos Mané e Wendel. Um onze que nunca esteve em sintonia, que nunca conseguiu assumir claramente o controlo do jogo e que adormeceu numa altura crucial do jogo.

O Estoril apresentou-se em Alvalade como se ainda estivesse no primeiro escalão, encarando o leão olhos nos olhos logo a abrir o jogo. Os canarinhos entraram mesmo melhor, com mais posse de bola, a conseguir maior profundidade e anulando facilmente as saídas do Sporting. José Peseiro não parava de dar indicações junto ao relvado, procurando fazer ajustamentos num grupo de jogadores que tem jogado menos e os canarinhos, apercebendo-se de algumas hesitações, procuravam explorar isso mesmo, com Aylton Boa Morte em plano de destaque no flanco direito a dar muitas dores de cabeça a Jefferson.

No entanto, foram os leões que chegaram ao golo, logo aos 10 minutos, na sequência de um erro tremendo de Gonçalo. O experiente médio procurou sair da área canarinha em drible, mas foi barrado por Bas Dost. A bola ressaltou e sobrou para Wendel que atirou de primeira, surpreendendo Thierry que nem se fez ao lance. Um golo, por sinal o primeiro de Wendel, muito comemorado pelo brasileiro que tem sentido dificuldades em adaptar-se às exigências de José Peseiro. Um golo que colocava o Sporting, nesta altura, em vantagem no Grupo D, apesar de somar os mesmos pontos do que o Feirense, o último obstáculo antes da Final Four.

Um golo que trouxe alguma tranquilidade aos leões que, ainda assim, continuaram a sentir dificuldades para fazer a bola rolar. Aliás, perdiam-na facilmente perante a pressão do Estoril que esteve muito perto de empatar, aos 18 minutos. Aylton Boa Morte escapou mais ua vez pela direita e rematou forte junto ao primeiro poste para grande defesa de Salin. Sandro Lima ainda recuperou a bola e desferiu novo remate para nova defesa do guarda-redes francês, desta vez com os pés.

Apesar das boas movimentações do Estoril, este foi o único calafrio que os canarinhos conseguiram provocar em Alvalade na primeira parte. O Sporting, por seu lado, voltou a estar perto do 2-0, num lance em que Bas Dost, sobre a esquerda, amorteceu para o remate à meia volta de Diaby. Foi o último sinal de vida dos leões que, ao intervalo, já pareciam satisfeitos com o que tinham alcançado.

O Estoril procurou acelerar o jogo logo a abrir a segunda parte, uma vez que estava obrigado a vencer para continuar na corrida, diante de um Sporting que voltou a entrar ainda mais adormecido. Os canarinhos continuaram a ameaçar a baliza de Salin, primeiro com um remate forte de Sandro Lima que obrigou Salin a uma defesa a dois tempos, pouco depois com uma cabeçada de Dadashov, a cruzamento de Aylton Boa Morte, ao lado. O avançado alemão, de origem azeri, já estava pronto para festejar, mas bola passou a centímetros.

Reviravolta e lenços brancos

Dois avisos sérios que levaram José Peseiro a mexer na equipa, prescindindo de dois elementos mais apagados: Bas Dost, ainda à procura da melhor forma, e Jefferson, muito distraído esta noite. Entraram Montero, que recebeu a braçadeira do holandês, e Lumor. O treinador do Sporting chamou ainda Bruno Fernandes para o jogo e, quando a equipa procurava ainda assimilar estas alterações, o Estoril chegou ao empate. Mais um contra-ataque promovido por Sandro Lima que ultrapassou André Pinto e cumprimentou Salin com um chapéu quando este vinha ao seu encontro.

Nem o empate fez despertar o leão que continuou adormecido e permitiu mesmo a reviravolta, na sequência de um pontapé de canto, com André Pinto, infeliz, a desviar de cabeça para as próprias redes. Com as bancadas em protesto e a exibir lenços brancos, o jogo ficou subitamente aberto, com o Sporting à procura do empate e o Estoril a responder com rápidos contra-ataques. Na ausência de Coates, foi Marcelo que assumiu o papel de ponta de lança improvisado, mas os canarinhos estiveram sempre mais perto do terceiro do que os leões do empate. Diaby e Carlos Mané ainda obrigaram Thierry a aplicar-se, mas Aylton quase deu contornos de escândalo em Alvalade no último suspiro do jogo.

O Sporting fica, assim, obrigado a vencer em Santa Maria da Feira, mas agora também terá de contar com o Estoril que, caso vença também o Marítimo, na última ronda, também pode vir a ter uma palavra a dizer nestas contas.