Não se repetiu a derrota de 2006, ano em que o Heerenveen saiu de Alvalade com uma vitória de 3-0, mas nem por isso o Vitória de Setúbal tem muitos motivos para sorrir. Desta vez o desfecho foi diferente, foi uma igualdade a uma bola, mas os sadinos sofreram um golo em período de descontos que complica as contas na eliminatória. O golo de Carrijo podia ter dado uma vantagem bem preciosa.
Logo na fase inicial da partida se percebeu que, noventa minutos depois, nada se iria poder apontar aos jogadores do Vitória de Setúbal, em termos de entrega. Os primeiros lances mostraram que, mesmo que falhassem os passes ou os remates, alma era coisa que não ia faltar.
E a equipa portuguesa até apanhou um valente susto quando só estavam cumpridos dois minutos. Pranjic aproveitou uma defesa incompleta de Bruno Vale e atirou para a baliza praticamente deserta, mas Robson apareceu em boa hora a cortar de cabeça e a evitar o golo. Estava apresentado um cenário que se iria repetir nos minutos seguintes: o Vitória a jogar com muita alma e o Heerenveen a provocar uns calafrios, de quando em vez.
Aos 13 minutos os sadinos estiveram pela primeira vez perto do golo. Leandro Lima cobrou um canto na esquerda, o guarda-redes do Heerenveen falhou a intercepção e Ricardo Chaves cabeceou ao segundo poste, mas ficou de tal forma surpreendido com a oferta que cabeceou ao lado, ficando a ideia que terá até fechado os olhos.
Por esta altura já o Vitória estava mais solto e procurava chegar à vantagem. Com Mateus sentado no banco era Leandro Lima que assumia todas as despesas de organização do jogo. A criatividade do brasileiro causou muitos problemas à rígida defesa holandesa e aos 28 minutos o número vinte sadino fez saltar o pouco público presente em Alvalade, com um fantástico remate à barra.
O Vitória começava a justificar um golo, ainda que, pouco antes, o Heerenveen tenha pregado mais um susto. Pranjic voltou a mostrar classe, ao desmarcar Fellinga na esquerda, mas este preferiu assistir Sibon na zona central e valeu Auri, de carrinho, a fazer um grande corte.
Mudança estratégia não tardou a dar lucro
Após o descanso as duas equipas voltaram ao campo com menos dinâmicas. As ocasiões de golo tornaram-se mais escassas, excepção feita a um lance aos 62 minutos, com Laionel a receber a obrigar Vandenbussche a defesa apertada.
Daúto Faquirá queria mais do jogo e por isso lançou Bruno Gama, para a saída de Ricardo Chaves. O Vitória passava a jogar em 4x3x3 e isso iria dar lucro pouco tempo depois. Três minutos depois de ter entrado Bruno Gama conduziu um ataque pela direita, tocou para Janício e este cruzou para a área, onde surgiu Carrijo a desviar ao primeiro poste e a fazer o golo.
O Heerenvenn tentou depois chegar ao empate, com mais intensidade. Daúto Faquirá, que antes tinha percebido que era preciso arriscar um pouco, nesta altura percebeu também que era preciso reforçar o meio-campo. Trocou Leandro Lima por Mateus e abdicou de Carrijo para colocar Danilo.
As mudanças não foram suficientes. Já em período de descontos Pranjic inventou mais uma jogada na esquerda e ofereceu o golo do empate a Elyounoussi. Eliminatória empatada.