Figura

Fernando:
Por vezes o relvado parece pequeno para a pujança física do médio brasileiro. Percorreu cada palmo de terreno do D. Afonso Henriques, pautando o jogo azul e branco desde a sua primeira fase de construção. Nos rascunhos tácticos ocupa o papel a que vulgarmente se apelida de «trinco», mas esse rótulo fica-lhe claramente mal. É mais do que isso, ocupa espaços, contemporiza e é capaz de se movimentar em toda a amplitude do campo. Foi capaz de progredir no terreno, fazer de lateral e marcar golo na hora de tirar o cruzamento. Com um «polvo» nesta forma tudo se torna mais simples.

O Momento

Golo de Fernando (minuto 16):
Impressionante a forma como Fernando ultrapassou André André e Leonel Olímpio no lance do primeiro golo, em que tabelou com Lucho antes de inaugurar o marcador. Com simplicidade apareceu livre de qualquer tipo de pressão em zona de cruzamento. Olhou para a baliza antes de pontapear o esférico. Se a intenção era visar as redes de Assis, só ele saberá. Certo é que apontou um golo de belo efeito, embalando o FC Porto para uma exibição tranquila.

Desilusão

Mangala:
Definitivamente, o defesa francês não está a atravessar um bom momento. Vindo de dois jogos em que não ficou propriamente bem na fotografia, o central volta a carimbar o seu nome na ficha de jogo sem ser pelas melhores razões. Foi expulso num jogo que até nem estava aceso. Jogou a bola com a mão quando já tinha uma cartolina amarela, obrigando assim Paulo Fonseca a prescindir de Josué para voltar a equilibrar o setor mais recuado.

Outros destaques:

Ricardo Gomes:
Foi titular pela primeira vez com a camisola do V.Guimarães, e depois de uns primeiros minutos em que as pernas tremeram, o jovem extremo partiu para uma exibição conseguida. Conseguiu alguns lances de entendimento com Maazou, sendo dos melhores do Vitória de Guimarães nas movimentações ofensivas.

Jackson:
Voltou a fazer o gosto ao pé depois de ter estado quatro jogos sem marcar. Zenit, por duas ocasiões, Sporting e Belenenses escaparam à veia goleadora do colombiano, que se encontrou com o golo na Taça de Portugal. Apontou o décimo tento da época numa exibição em que ganhou quase sempre os duelos que travou com a defesa vimaranense. Antes de apontar o golo já tinha atirado à baliza de Assis por três ocasiões.

Josué:
Foi raro vê-lo falhar um passe, fazendo a máquina azul e branca rolar com velocidade suficiente para impor o ritmo perante um V.Guimarães tímido e pouco ousado. Ganhou espaço quando fugiu da sua posição, fletindo para o miolo de forma a quebrar a rotina do conjunto da cidade-berço.

Barrientos:
Depois de uma prestação europeia positiva diante do Bétis de Sevilha o médio uruguaio voltou a exibir-se a bom nível diante do FC Porto. Parece ter os níveis de motivação no máximo, como nunca os teve nas duas épocas anteriores. Não tem medo do um para um, nem de enfrentar qualquer adversário.