O Vitória de Guimarães qualificou-se para os oitavos de final da Taça de Portugal. Foram precisos 120 minutos, com dois golos a arrebatar as bancadas no prolongamento, e ainda toda a ansiedade dos penalties. Os sadinos fizeram mais para ganhar e mereciam mais sorte, que caiu para o outro lado do campo.

Mais bola para o Guimarães, também por culpa da vantagem precoce dos locais, mais perigo para o outro Vitória, o de Setúbal. É desta forma que se resume a primeira parte de um jogo equilibrado, que começou a decidir-se numa decisão polémica do árbitro João Capela, que viu uma mão de Defendi na área e assinalou o penalty para mais um golo de Meyong.

Os sadinos começaram o encontro a todo o gás. Um salto em falso de Freire, aos seis minutos, isolou Meyong. Douglas percebeu rápido o que se estava a passar, saiu veloz dos postes e reduziu o suficiente o ângulo ao veterano para que este falhasse a primeira oportunidade da noite. Com um Pedro Santos irrequieto e motivado para desestabilizar Addy e Defendi, a equipa de José Mota continuou a carregar. O jovem extremo atirou, aos 10, de longe para mais uma defesa apertada de Douglas. A bola ameaçava entrar no canto inferior esquerdo, mas o voo do guarda-redes salvou os minhotos mais uma vez.

Três minutos depois, e a decisão de João Capela cai no silêncio do estádio. Ninguém a esperava. Defendi terá jogado a bola com a mão (muitas dúvidas) num lance inofensivo e o árbitro lisboeta não teve dúvidas em assinalar a falta. Meyong, com uma calma arrepiante, atirou devagar, enganando Douglas.

De Kieszek a novo penalty

Os visitantes tentaram reagir. Muitos remates, quase sempre tortos ou por cima da trave de Kieszek. Até que tiveram o seu melhor momento. André surgiu isolado perante o guarda-redes polaco, aos 33 minutos, mas este fez o seu papel e defendeu com os pés. Ao intervalo, o resultado entendia-se pelo algum perigo criado pelos locais, embora o empate também não destoasse.

O segundo tempo começa com outro penalty na mesma área, desta vez favorável ao Vitória de Guimarães. Paulo Tavares, também numa jogada inofensiva, deixa a bola resvalar do peito para a mão. João Capela voltou a não ter dúvidas e João Ribeiro não perdoou. Estava-se no minuto 51.

A partida continuou equilibrada até ao último quarto de hora, quando o Vitória de Setúbal voltou a tentar chegar ao golo com mais insistência. De novo Pedro Santos em grande, sem dúvida o melhor em campo esta noite, com o cruzamento a cair na perfeição no movimento de Meyong. O cabeceamento foi picado, mas Douglas voou para a defesa da noite, de novo junto ao poste esquerdo (73 minutos).

No minuto seguinte, gritou-se golo outra vez. Alex tirou sobre a linha o último desvio, de Ney Santos. Desta vez, Douglas estava batido.

Tanta emoção no fim

Os minhotos aguentaram mesmo o 1-1 e levaram o jogo até ao prolongamento, apesar dos esforços dos sadinos em resolver tudo nos 90 minutos.

No tempo extra, houve sempre mais Setúbal, que no entanto perdeu Pedro Santos por lesão ainda na primeira metade. Meyong teve a melhor oportunidade antes do desfilar de emoções do 1-2 e 2-2. Douglas voltou a ser fantástico. Chegaram então os golos. Primeiro a confusão e o golo sem querer de Freire (115), depois a grande resposta de Jorginho, de primeira, após amortecimento de Jorge Luiz (117).

Nos penalties, sorriu a sorte aos de Guimarães. Kieszek roçou duas bolas, mas não anulou o azar de Meyong, que acertou no poste.