Um homem da casa e que já está a trabalhar na estrutura há ano e meio: Jokanovic é funcionário do Nacional e aceitou a tarefa de liderar interinamente a equipa principal face à ausência de Manuel Machado. No lançamento da partida com o Áustria Viena, nesta terça-feira, o treinador fez questão de clarificar o porquê do seu regresso ao banco.
«Em primeiro lugar queria dizer que assumi o comando técnico a pedido do presidente e da direcção do Nacional. Como já fazia parte da estrutura e colaborava já há ano e meio com o professor Manuel Machado, aceitei e espero que o nosso treinador recupere o mais rápido possível», explicou.
Relativamente à última jornada do Grupo L da Liga Europa, e apenas para cumprir calendário, Jokanovic garantiu determinação na despedida: «O Nacional nunca joga a feijões. Fizemos bons jogos na Liga Europa, mas apenas temos dois pontos, estando um bocadinho aquém do que esperávamos. Em jogo estão três pontos e que podem também beneficiar Portugal em termos de ranking. Vamos fazer tudo para conseguir vencer, até porque os nossos adeptos merecem uma despedida com uma vitória.»
Nesta caminhada europeia, o Nacional ganhou uma única vez em casa, frente ao Zenit, então ainda na fase de qualificação. «Não fomos felizes não só em casa como fora. Perdemos pontos nos últimos minutos, apenas em Bremen é que foi um resultado mais dilatado, mas que me parece também exagerado. Mas isto já é passado e queremos vencer», assegurou o treinador.
Questionado se iria dar continuidade ao que a equipa vem fazendo, Jokanovic foi claro: «Estou a par das coisas e, por isso, não vai haver grandes mudanças. A equipa está em quarto lugar e não vai ser o Jokanovic a mudar as coisas.»
Patacas: «Podíamos ter feito mais»
O capitão Patacas foi o eleito para o lançamento da derradeira partida na Liga Europa. E, naturalmente, começou por falar sobre o novo treinador.
«O Jokanovic é da casa. Por infelicidade nossa e do clube teve de regressar nestas condições. Ele está por dentro do clube e os jogadores também o conhecem, não há nada de novo, embora, como é óbvio, ele não quisesse regressar desta forma», analisou.
Questionado se os jogadores sentiam a necessidade de ter um novo líder, Patacas refugiou-se: «O Zé Augusto tem a sua maneira de estar e de ser. Está ligado ao professor Manuel Machado e as pessoas entenderam que deveria haver mais um colaborador. O Joka é da casa e tem o conhecimento profundo da equipa e trabalha em conjunto com o presidente.»
Mas não falta motivação ao Nacional, mesmo sem ter hipótese de seguir em frente. «Estamos na Liga Europa, onde já demonstrámos qualidade de jogo mas sem conseguir os resultados desejados. Não vou arranjar desculpas com os orçamentos dos outros clubes. Jogámos bem mas não vencemos. Agora a imagem final que queremos deixar é de uma vitória, ganhando prestígio para o clube e jogadores, para além do aspecto financeiro. Não estamos desiludidos mas sentimos que podíamos ter mais», admitiu Patacas.