A U. Leiria está a um pequeno passo de assegurar a permanência na Liga. A vitória deste sábado sobre o Guimarães permite-lhe ascender aos 40 pontos e deixar a linha de água a uma distância de nove pontos, pelo que a festa da matemática pode estar para breve. Muito breve. Já o Guimarães tem tudo menos razões para sorrir. Duas derrotas consecutivas e cinco jogos sem vencer deixam os minhotos bem afundados na tabela a quatro jornadas do final do campeonato.
Duas certezas: nada está ganho para a União de Leiria, nem nada está perdido para o Guimarães. Mas os leirienses estão muito perto de assegurar a permanência, a ponto de o seu técnico já a dar como adquirida, enquanto o Guimarães está mais perto da descida de divisão. Dependendo dos resultados de amanhã, a equipa de Vítor Pontes pode ficar a cinco ou a sete pontos da salvação, o que, a confirmar-se, tornará a tarefa das últimas quatro jornadas numa missão quase impossível.
A jogar em «casa», tal a superioridade dos seus adeptos nas bancadas do Municipal de Leiria, o Guimarães voltou a não ter a sorte do seu lado. Não fez um jogo soberbo, longe disso, mas também não merecia sair da cidade do Lis sem somar qualquer ponto, numa altura em que qualquer ponto pode mesmo fazer a diferença. Podia não resolver os problemas, mas ajudava.
Aposta ganha de Jesus
Mais duas certezas: a União de Leiria jogou para não perder e o Guimarães tudo fez para ganhar. Jorge Jesus entregou voluntariamente a iniciativa de jogo, sabendo que o contra-ataque da sua equipa podia dar frutos, enquanto Vítor Pontes mandou a sua equipa pressionar o adversário como se de uma final se tratasse. Não o era, mas pouco faltava e, por isso, os vimaranenses entraram em campo com grande determinação e dispostos a procurar a felicidade que tantas vezes lhes tem fugido.
Mas a defesa da União é sólida e nem a capacidade técnica dos jogadores do Vitória foi suficiente para desatar esse nó. Foi, por isso, preciso esperar por um erro para que os milhares de adeptos que se deslocaram a Leiria pudessem ficar ainda mais animados. Aconteceu aos 24 minutos, quando um erro de Renato permitiu a Benachour ficar cara na cara com Costinha. O médio tunisino ultrapassou o guarda-redes leiriense e rematou para golo, mas Renato fez questão de emendar ele próprio o seu erro e, com um carrinho perfeito, disse não à festa vimaranense.
A União de Leiria demorou a responder, mas quando o fez foi quase letal. Um contra-ataque perfeito conduzido por Cadu permitiu a Paulo César assistir Fábio Felício que, em posição privilegiada, rematou ao lado da baliza de Nilson. Acrescente-se a este lance dois livres com algum perigo e fica-se por aqui a produção ofensiva dos leirienses na primeira parte.
Fatal como o destino
Vítor Pontes não tinha nada a perder e lançou Neca no início da segunda parte, prescindindo de um dos trincos, no caso Flávio Meireles. Esta opção deu ainda maior intensidade ao ataque vimaranense, mas também permitiu mais espaços para o contra-ataque da equipa da casa e, ao verificar esse facto, o treinador forasteiro tentou corrigir o «erro». Tirou Wesley, um dos elementos em melhor forma na equipa, para apostar em Svard, mas a sorte ditou que a substituição não ia resultar.
Apenas seis minutos depois, livre a favor da U. Leiria à entrada da área, remate forte de João Paulo a causar uma grande confusão e Lourenço, em posição duvidosa, a aproveitar para assistir Cadú para o único golo da partida. Lance de infelicidade para os forasteiros que, a partir deste momento, perderam toda a razão e limitaram-se praticamente a bombear bolas para o ataque. É verdade que Neca ainda teve o empate no pé direito aos 72 minutos, mas Costinha esteve à altura e segurou um resultado que muito dificilmente não será suficiente para manter os leirienses no principal escalão do futebol português.