Quantos dos três grandes do futebol português, estando na antepenúltima posição do campeonato, conseguiriam mobilizar 28 autocarros e centenas de carros particulares para um jogo a 300 quilómetros de distância? A comparação, se calhar, não faz grande sentido, mas a verdade é que no Berço da nação vivem adeptos (muitos adeptos, mesmo) que não olham a números para demonstrarem o seu amor pelo clube. O destino da romaria era Leiria, onde a equipa de Vítor Pontes joga esta tarde uma importante partida na luta pela manutenção.
Em dia de clássico que pode definir muito nas contas pelo título, nem todos os olhos estão centrados em Alvalade. Para comprovar isso mesmo, bastava viajar pela A1 durante o início da tarde de hoje e ver a demonstração de fé dos adeptos do V. Guimarães. Ao todo, foram 28 os autocarros que partiram do Minho por volta das 13h30 para conquistarem o castelo de Leiria, sempre ladeados por largas centenas de automóveis bem identificados com cachecóis e bandeiras do clube.
A principal auto-estrada do país era, aliás, de sentido único em direcção ao futebol. Entre as camionetas cheias de adeptos vimaranenses viam-se também algumas identificadas com o símbolo do F.C. Porto, bem como alguns carros mais pintados de verde e branco. E como, de vez em quando, o fair-play também impera, nas diversas estações de serviço desejava-se boa sorte de parte a parte.
Chegada em grande a Leiria
Três horas e meia depois do início da viagem, muitos adeptos do Guimarães já estavam junto ao recinto leiriense quando o autocarro que transportou a equipa chegou ao Magalhães Pessoa. A festa foi grande, enorme mesmo, e mais do que suficiente para motivar o sorriso dos jogadores, mesmo que o presidente do Vitória, Vítor Magalhães, não tenha perdido o ar de preocupação.
Entre as centenas de vimaranenses estavam alguns motards que apoiam a União de Leiria, os Adega Boys, num ambiente de festa que não demorou a transportar-se para o interior do Magalhães Pessoa. Os bilhetes mais baratos destinados aos visitantes (1º anel poente a 7,5 euros) já estavam esgotados, mas quem faz mais de 300 quilómetros para apoiar a sua equipa não se importa de gastar mais alguns euros. No futebol, a fé prova-se assim, mesmo que os resultados não agradem.