A UEFA admite excluir das competições os clubes, jogadores ou Federações que forem considerados culpados de sustentar acções racistas. Numa acção conjunta com o Parlamento Europeu, os responsáveis pela tutela do futebol europeu defendem medidas mais rígidas e mais poder para os árbitros, para que passem a poder suspender jogos em caso de manifestações racistas.
«Estamos preparados para implementar as sanções necessárias, desde multas a encerramento dos estádios, e mesmo impedir as equipas de participarem nas competições», afirmou Per Ravn Omdal, vice-presidente da UEFA, defendendo que os árbitros têm de estar muito mais alerta em relação aos e não hesitar em tomar medidas.
«Os árbitros terão o poder necessário para suspender ou cancelar jogos. Precisamos que os árbitros e responsáveis pelo jogo sejam duros nesta questão. Aqueles que ainda não estiverem despertos têm de ser despertados, porque um árbitro pode fazer muita diferença num jogo específico», acrescenta o dirigente.
Em consonância com a UEFA, um grupo de deputados vai submeter agora ao Parlamento Europeu uma declaração escrita a condenar o racismo no futebol, onde algumas destas medidas estão previstas. Se for assinada por metade dos deputados, a declaração passa a ter carácter vinculativo.
O tema do racismo foi trazido de novo à luz este fim-de-semana, quando um Marc Zoro, jogador do Messina, ameaçou sair de campo por estar farto de ser insultados pelos adeptos do Inter, em jogo do campeonato italiano. A atitude sensibilizou toda a gente e levou a Federação italiana a adiar todos os jogos desta semana em cinco minutos, numa iniciativa acompanhada por uma faixa a dizer «Não ao racismo» transportada por todos os jogadores.