V. Guimarães e Marítimo não cumprem calendário. Longe disso. Nesta última jornada da Liga, ultrapassam todos os limites de um jogo de futebol para discutir questões de fundo. Antes de mais, orgulho ou preconceito? Dúvida para tirar a partir das 18 horas de domingo, no Estádio D. Afonso Henriques.

Respeitando a ordem, aqui fica o cenário vitoriano. Paulo Sérgio despede-se de Guimarães para chegar ao Sporting. O Vitória está na quinta posição, três pontos à maior para alcançar a Liga Europa, e o treinador sobe um posto para orientar o quarto classificado. Manuel Machado, ao que tudo indica, trocará o sexto (Nacional) pelo quinto (Guimarães).

No meio desta história de subidas a pulso, eis o Marítimo. Mitchell Van der Gaag assumiu o comando após a saída de Carlos Carvalhal (agora treinador do Sporting, para completar esta dança curiosa) e colocou a formação insular às portas da Europa. Ainda assim, despedida garantida, outro foco de interesse no Berço.

De volta à questão essencial. Orgulho ou preconceito? O Marítimo pode chegar à Liga Europa, em caso de vitória em Guimarães. Contudo, a perda de pontos do Vitória poderá beneficiar apenas o Nacional, que recebe o Sp. Braga. Os adeptos dividem-se: pontuar pelo orgulho ou ceder ao preconceito e impedir a festa do rival?

O sonho comanda a vida

O Vitória precisa de um empate para garantir o quinto lugar. Multiplicam-se os receios de golpe de teatro, as críticas em relação às equipas de arbitragem. Para o jogo decisivo, Paulo Sérgio não pode contar com os castigados Nilson, Nuno Assis,Gustavo Lazaretti e Douglas.

De desilusão em desilusão, os adeptos chegaram a sexta-feira com a notícia do indeferimento do protesto ao jogo com o Sp. Braga. Para além disso, resta o desconforto pelo anúncio da saída de Paulo Sérgio para o Sporting, com direito a declaração do técnico da sala de imprensa do clube minhoto.

A atitude caiu mal aos adeptos, mas a recuperação soberba abafa os focos de contestação e o treinador deve receber forte aplauso na despedida do Estádio D. Afonso Henriques. Alvalade está à espera.

Van der Gaag ao ataque

Mitchell Van der Gaag chegou a Portugal depois dos 30. Central com valia inquestionável, ficou no Marítimo até pendurar as chuteiras e esperou por uma oportunidade. Em momento de aperto, o clube entregou-lhe o comando da equipa. O balanço é positivo. Pelo menos, para ele.

«Não estou arrependido de ter treinado o Marítimo. Sabia que era um trabalho difícil, mas acabei por fazer 33 pontos em 23 jogos. Sempre constatei que a equipa tinha qualidade e para mim esta foi uma experiência enriquecedora», considera o holandês.

EQUIPAS PROVÁVEIS:

V. GUIMARÃES: Serginho; Andrezinho. Valdomiro, Moreno e Bruno Teles; Flávio Meireles e Renan; Jorge Gonçalves, Rui Miguel e Desmarets; Roberto.

MARÍTIMO: Peçanha; Paulo Jorge, João Guilherme, Diakité e Taka; Rafael Miranda, Roberto Souza e Tchô; Baba, Kléber e Djalma.