Largo do Toural, Guimarães. Três da manhã do dia 27 de maio de 2013. Pedro Rodrigues e Natália Teixeira na praça central da Cidade-Berço, entre milhares de pessoas. Ela de branco, ele de preto e branco. Nada de anormal, tirando o facto de estarem casados há poucas horas e ainda com as vestes da boda. Contaram a história ao Maisfutebol.

Uma noiva no meio de uma festa do futebol acompanhada pelo noivo igualmente trajado a rigor não é coisa que costume marcar presença nas celebrações dos títulos futebolísticos. Aconteceu aos adeptos do V. Guimarães Pedro Rodrigues e Natália Teixeira, que deram o nó precisamente ao mesmo tempo que o seu clube jogava uma cartada histórica.

Como é que isto aconteceu? O casamento estava marcado desde Maço de 2012 e não havia nada a fazer: «Eu fiquei abalado, para ser sincero. A primeira coisa que pensei foi se era possível adiar; depois pensei em pôr uma televisão na quinta para poder seguir mas tive de me mentalizar em dedicar-me ao casamento a cem por cento», contou o noivo ao Maisfutebol.

Como reage uma família de Vitorianos?

Entregar os convites tornou-se uma tarefa hercúlea. «Ninguém nos felicitou pelo casamento. Entregamos os convites e as pessoas só diziam: Ei é no dia do Jamor», deu conta a noiva, assumindo o receio que os convidados preferissem marcar presença nas bancadas do Estádio Nacional: «Tivemos receio de que as pessoas deixassem de ir ao casamento, houve ideias de alguns familiares em ir ao Jamor mas felizmente as pessoas foram ao casamento».

A bola rolou no Jamor ao mesmo tempo que se dava o copo de água do enlace de Pedro e Natália. Não havia televisão, mas ninguém resistiu e entre os comes e bebes havia rádios e tablets com a transmissão do jogo. O noivo não resistiu e teve que ver os dez minutos finais.

Com os golos de Soudani e de Ricardo foi quebrado o protocolo e os convidados perderam a compostura. «O pessoal passou-se com os golos. Foi uma loucura. Houve choros, o pessoal chorou, gritos de alegria, muitos copos partidos pelo chão. Foi a loucura total, e o êxtase maior foi quando acabou o jogo» relembrou a noiva.

No Toural: viva os noivos e viva o Vitória!

Ambos associados do V. Guimarães, o casal não conseguiu acabar a festa sem dar um saltinho ao epicentro da euforia Vitoriana. «Prometi que se o Vitória ganhasse vinha vestida de noiva para o Toural e toda a gente achou a ideia magnífica. Tive que ir ao microfone acabar com a festa e dizer ao pessoal para irmos para o Toural. Fomos acompanhados por familiares e pelos muitos amigos. Alguns até já tinham ido».



Com a presença deste casal, acabadinho de dar o nó, o Toural não dava apenas vivas aos conquistadores da Taça, mas dava também aos noivos: «As pessoas deram-nos os parabéns disseram e que era um dia lindo para casar. Há quem nos peça para casar todos os fins-de semana para dar sorte. Assim ganhavamos tudo».

O dia 26 de maio de 2013 vai ser recordado por este fervoroso casal vitoriano, pela conquista da Taça de Portugal ou pelo casamento? Pergunta difícil. Entre trocas de olhares, Natália responde de forma politicamente correta, sem querer desvalorizar o noivado: «Não se pode separar, fica marcado por ambos os acontecimentos. Mas vai andar sempre cravado no dedo. Está marcado na nossa aliança para sempre o dia em que o Vitória conquistou a Taça».