Boa tarde, Yannik

Jogo simples, directo, rápido. Instantes escaldantes de potência e velocidade. Acções que definem o seu jogo. Com Yannick, o leão afiou as garras. A beleza e a criatividade também são importantes no futebol. Brilhou com a bola nos pés através das suas famosas cavalgadas. Entre arrancadas bem sucedidas e um ímpeto competitivo interessante, bamboleando na frente de Freire e João Paulo, o futebolista manteve o centro do terreno agitado. Uma evidência: quebrou a defesa do Vitória, antes de acelerar para a baliza. Correu muito, só faltou pensar um pouco mais e bater o guarda-redes Nilson. Saiu de mãos a abanar, apesar do bom nível provado no relvado.

Matías Fernández liderou com o seu rugido

Para um autêntico jogo de «guerra» inflamado, opção natural no papel de criador ofensivo. Nem sempre conseguiu colocar as suas enormes qualidades ao serviço da equipa. Apesar de algum cansaço, um rodopiar com a bola por vezes mirabolante, de toque estilístico registado e capacidade técnica acima da média neste Sporting. Mostrou alguma capacidade de unir o conjunto em campo, apesar do conjunto verde e branco não aproveitar as suas movimentações no exterior da área. Chamado a marcar a grande penalidade, o chileno não desperdiçou e deu vantagem ao Sporting (0-1). Chegou um tiro certeiro.

Postiga, duplos desperdícios e grande penalidade conquistada

O treinador entregou-lhe parte da liderança no ataque. Os bons passes que recebeu ou as jogadas que iniciou seriam, contudo, desperdiçados por um par de remates falhados. Exibição hesitante e sem dar conta com a baliza. Faltou-lhe finalizar. E da sua pontaria dependia boa parte do resultado final, mas ganhou a grande penalidade que permitiu ao Sporting colocar-se em vantagem, após uma disputa de bola com Bruno Teles. Um lance polémico que deixou dúvidas visto da bancada.

O influente Carriço

Nunca declinou a responsabilidade e fora um sobrevivente talhado para o sofrimento. Quanto tempo podia manter aquele desempenho? Inúmeras recuperações de bola e uma boa exibição na zona mais desequilibrada da equipa dada a ausência de André Santos, Pedro Mendes ou Maniche, por exemplo. Tentou impor trancas ao jogo. Mostrou-se quase sempre resistente nas decisões que tomou e trouxe dinamismo na dura luta que travou com Cléber ou Jorge Ribeiro. O defesa que fora médio procurou ainda arrumar o jogo leonino com vistas para o ataque: duplicou funções nas fases de transição, sem perder grande influência em alguns bons envolvimentos de ataque. Nem sempre conseguiu.

Nilson segurou enquanto pode

Exibição segura e um par de defesas difíceis a evitar. Um dos mais valiosos do campeonato na posição demonstrou, uma vez mais, reflexos rápidos e a firmeza que transmite à equipa. Recuperou bem face a alguns desacertos entre Freire e João Paulo, ignorou a presença de Yannick ou Postiga na área para magnetizar os remates, fechou os caminhos ao Sporting e quase defendia a grande penalidade de Matias Fernandez. Um vago roçar na bola que beijou a rede lateral. Golo. Ainda assim, o invejado dom de estar posicionado no local certo, na hora certa, falam por ele. Confirmou tudo o que já se conhecia. Um guarda-redes fantástico.

Rui Miguel, pinceladas de qualidade à solta

Fora a pedra angular do ataque e ajudou a melhorar o jogo vitoriano na 2.ª parte. Com um futebol agressivo e mais ofensivo deu algum encanto nos momentos mais elevados, libertando mais o futebol de Toscano e Targino. E definiu a expressão de superioridade que acabou por não resultar em facturação. É verdade que nem todos os lances tiveram êxito devido a um conjunto de circunstâncias adversas, particularmente a marcação cerrada dos leões. Preponderante, ainda assim, na melhoria do futebol do Vitória. A crença branca aumentou com a sua entrada.