Walter Casagrande, antigo jogador do F.C. Porto (época 1986/87), garantiu no programa de Jô Soares ter recorrido a doping durante a sua estadia em Portugal.

O brasileiro fala de um jogador que o aconselhou a tal. «Quando cheguei à Europa, no dia em que me estreei pelo Futebol Clube do Porto, um jogador chegou ao pé de mim e avisou-me que ia jogar. Mas depois ele disse-me «tens de passar ali atrás, que tem ali um negócio para usar». Fui lá e usei. Usei umas quatro vezes.»

«É aquilo que mais me envergonha, que menos gosto de lembrar. Era algo injetável no músculo. Dava uma disposição acima do normal. Antidoping? Não tinha», acrescentou Casagrande.

Casagrande estreou-se com a camisola do F.C. Porto num empate nas Antas, com o V. Guimarães, a 2-2, num jogo em que empatou o segundo golo dos dragões. Curiosamente, os outros tentos também foram marcados por brasileiros (Juary e dois de Paulinho Cascavel).

Atualmente com 50 anos, Casagrande é comentador de jogos na Rede Globo.

Representou o F.C. Porto em 1986/87, vindo do Corinthians.

Depois de uma passagem fugaz pelo clube portista (apenas um golo marcado, precisamente no jogo de estreia, em seis partidas), Casagrande esteve seis anos em Itália (Ascoli e Torino), tendo regressado ao futebol brasileiro em 1993 (Flamengo, Corinthians, Lousano Paulista e São Francisco).

Em recente entrevista ao programa «Sport TV», o jornalista Gilvan Ribeiro, co-autor do livro «Casagrande e seus Demónios», revelou que a parte do livro mais complicada para o ex-jogador foi mesmo a questão do doping, mas que o convenceu da importância de abordar a questão para sua história.

«Achei muito importante que entrasse no livro. É um assunto importante, é grave e que marcou a vida dele. Ele se sentiu obrigado a fazer o doping porque era uma coisa institucionalizada desde o presidente até a comissão técnica. Se você não usasse poderia até interferir na sua não escalação. Ele acabou usando o doping, mas sempre foi algo que o incomodou. Para ele é antidesportivo e não queria dar o exemplo para os filhos», explicou Gilvan.

«Foi uma passagem que não foi espontânea, mas eu achava importante. Tinha receio da interpretação das pessoas. Meu maior receio no livro é sempre focado em como as pessoas iriam interpretar as histórias ligadas ao doping ou ligadas às drogas», comentou Casagrande.


Jô entrevista ex-Jogador Walter Casagrande Jr... por J4C4R3JP-JOSOARES