É impossível falar do Vizela, próximo adversário do Sporting na Taça de Portugal, sem falar de Bock, o «SuperBock», como sempre foi tratado pelos adeptos dos clubes por onde passou, face ao raro dom para marcar golos. O experiente ponta-de-lança, actualmente com 30 anos, é o melhor marcador da formação da Liga de Honra, com 12 golos, e espera cumprir a sua missão no Estádio Alvalade, mesmo que lhe surga no caminho um «velho» amigo, Beto, que conhece desde os 10 anos.
Em conversa com o Maisfutebol, Bock elogiou ainda o novo treinador do Sporting, Paulo Bento, pela coragem demonstrada na altura de abidcar de nomes sonantes para lançar jovens valores. As oportunidades que Tomané ou David Caiado tiveram no último fim-de-semana escassearam na carreira de um goleador nato formado no F.C. Porto. «O Paulo Bento já provou que é um grande treinador, tem enorme valor e não tem medo de deixar de fora jogadores importantes e lançar os jovens. De facto, na minha altura, não tive essas oportunidades, o que causa alguma frustração, mas sinto-me feliz financeiramente e desportivamente e ainda vou chegar ao escalão principal, em breve. Tenho 30 anos, mas ainda muitos de futebol pela frente», garante.
Quando entrar no Estádio Alvalade XXI, Bock terá a oportunidade de reencontrar um amigo de longa data, Beto, que conhece desde os 10 anos, quando se encontraram pela primeira vez no Torneio de Odivelas. A partir dessa altura, multiplicaram-se os duelos, entre o então dragão e o sempre leão. «Eram sempre duelos intensos, especiais. Quem ganhou? Teria de dizer que fui eu, porque o F.C. Porto é que ganhou sempre os títulos nos juvenis e nos júniores». «Espero reeditar esse duelo com o Beto, mas sei que será mais difícil se ele jogar. Ainda não falei com ele, por causa da situação que atravessa. Sem entrar muito nesse tema, só posso dizer que o Beto é uma pessoa fora-de-série, um amigo excepcional e um símbolo do Sporting, é o único clube que conhece e seria uma pena se saísse», lembra o jogador.
Bock entrou em Vizela um grupo estável, imune aos problemas financeiras que afectam alguns clubes da Liga de Honra, e considera que esse facto contribui para a tranquilidade e o bem-estar dos atletas. «O Vizela é uma excepção, no panorama actual, e por isso mesmo seria uma injustiça se descesse. É bom para um jogador receber a horas e posso dizer que temos um balneário fantástico. A nossa prioridade é o campeonato, mas não vamos fazer de figurantes em Alvalade», avisa Bock, que continua a ser alvo da cobiça de outros emblemas: «Recentemente, cheguei a ter tudo acertado com um clube da segunda divisão francesa, mas não me quis separar da minha família, há várias abordagens, alguns clubes da Liga de Honra que devem subir, portanto o meu objectivo é ser o melhor marcador da Liga de Honra e chegar à primeira divisão na próxima época, se não surgir uma proposta irrecusável antes».