Chris Waddle não esquece o Estádio da Luz, numa noite de Abril de 1990. Não uma noite qualquer, mas sim a de 18 daquele mês, daquele ano, no antigo recinto do Benfica. O ex-internacional inglês jogava no Marselha, eliminado ao fim de 90 minutos pelos encarnados, com um golo apontado pela mão do angolano Vata. Waddle não esquece e até gostava que o Olympique resolvesse esta eliminatória da Liga Europa do mesmo modo. «Seria uma bela vingança», declarou aquele que foi considerado pelos adeptos como um dos melhores jogadores de sempre do OM.
O inglês começa por lembrar a meia-final da Taça dos Campeões Europeus, em 1990. «Primeiro, penso que devíamos ter marcado mais golos em casa, porque fizemos um superjogo no Vélodrome», conta Chris Waddle, nos idos de 90 reconhecido em qualquer lado também por um corte de cabelo que fez moda entre cantores de música popular.
«Fora de casa também jogámos bem e o nulo seria mais lógico e permitia-nos chegar à final, mas depois há esse golo marcado com a mão e a única pessoa que não o viu foi o árbitro, todos os jogadores viram», referiu o esquerdino, em declarações ao site do Olympique. «Perder com o Benfica porque foi melhor, podemos aceitar, mas quando alguém faz batota e marca com a mão torna-se difícil de aceitar», continua Waddle. «Ficámos irritadíssimos e desiludidos», afirmou.
Di María é impressionante
Chris Waddle já estava no banco quando Vata, ao minuto 83, fez o 1-0 que colocou os encarnados na final com o Milan: «Toda a gente gritava, o ¿golo foi com a mão, o golo foi com a mão¿, mas os árbitros não viram e o Benfica passou à final, uma final que acabou por perder e que merecia perder.»
O antigo extremo do Marselha também tem elogios para o Benfica, versão 2009/10. «Na Liga Europa, bateram duas vezes o Everton, que é uma equipa muito boa da Premier League», analisou, para depois acrescentar. «Vejo o Benfica muito bem, sobretudo no plano ofensivo. O extremo argentino deles [Di Maria] é impressionante, muito rápido. Têm um jogo tipicamente português, muita técnica, veloz e com muita qualidade. Não vai ser fácil para o OM.»
Apesar de enaltecer as qualidades dos encarnados, Waddle acredita e deseja a passagem do Marselha. «O OM tem as suas hipóteses. Fizeram bons jogos na Liga dos Campeões, como em Milão. É importante que a segunda mão seja no Vélodrome. Na Luz, se o OM marcar, seria uma grande vantagem. Não se pode sofrer muitos golos. E se, na segunda mão, o Niang marcar com a mão, seria bom o Marselha passar assim, seria uma bela vingança para nós», concluiu.