Vítor Gonçalves foi jogador do Benfica, do Casa Pia e internacional português nos dois primeiros jogos da Selecção Nacional. Vasco Gonçalves foi Primeiro-Ministro de Portugal entre Julho de 1974 e Agosto de 1975. Dois líderes das aspirações portuguesas em situações muito diferentes da história, mas com um mesmo apelido que tem uma razão (muito próxima) de ser. O futebolista era o pai do Primeiro-Ministro de vários governos provisórios que se seguiram à Revolução dos Cravos.
O Gonçalves jogador esteve, assim, presente nos dois encontros que Portugal disputou frente à Espanha, em 1921 e 1922, e que terminaram com duas derrotas no primeiro par de passos que a Selecção Nacional deu (por 1-3 e 1-2, respectivamente). O médio-centro chegou a símbolo máximo da equipa do Benfica quando Cândido de Oliveira deixou os encarnados e fundou o Casa Pia, pois Vítor Gonçalves passou a envergar a braçadeira de capitão ¿ como também o fez no segundo encontro por Portugal.
Como outros jogadores o fizeram, Vítor Gonçalves acabaria também por seguir Cândido de Oliveira para o Casa Pia sendo o primeiro presidente do Conselho Fiscal do clube. Após a carreira de jogador, Vítor Gonçalves não foi apenas dirigente, mas viria ainda a regressar à Selecção Nacional para ser treinador.
Também o filho, Vasco, esteve à frente dos destinos de Portugal, no seu caso políticos. Surgiu no Movimento dos Capitães em Dezembro de 1973 e viria depois a fazer parte da Comissão de Redacção do Programa das Forças Armadas (MFA). Elemento da Comissão Coordenadora do MFA, depois da Revolução foi nomeado Primeiro-Ministro e chefiou os II, III, IV e V Governos provisórios. Em Agosto de 1975 viria a ser demitido pelo Presidente da República na sequência do período que ficou conhecido como «Verão Quente».