Abadito rescindiu contrato com o Maia pois ainda não recebeu qualquer ordenado depois que se ter transferido do Estoril para o Norte do país. Ao Maisfutebol o defesa-central expressa a sua revolta pelo incumprimento do presidente maiato e diz que «em três meses no clube» viu «o médico duas ou três vezes».
«Numa primeira Liga estamos habituados a um tratamento profissional a todos os níveis. Há um médico diariamente que não deixa escapar nada. No Maia falta organização em vários aspectos. No início da época fizemos os testes médicos básicos. Não temos médico no clube. Sei que há um médico que vi duas ou três vezes nos três meses em que lá estive», desvenda.
Nos jogos «não há médico», mas Abadito elogia a entrega de quem diariamente trabalha com os jogadores: «O que existe é um massagista com coragem e vontade para trabalhar. Agora está lá um rapaz fisioterapeuta que é o Marco que me merece todo o respeito e que nos tem ajudado.»
Três meses no clube e dois de ordenados em atraso (o terceiro salda no próximo dia 10 de Novembro) bastaram para Abadito, capitão de equipa, bater com a porta: «Como capitão tentei várias vezes falar com a Direcção que foi sempre fazendo promessas que não cumpriu. Cheguei ao limite, não pelos dois meses de atraso mas por nos terem enganado constantemente. Estava habituado a trabalhar com gente profissional que dizia a verdade e não com gente como a que encontrei no Maia.»
Imune às críticas de Abadito está o treinador Ferreirinha: «O mister tem feito tudo para que a equipa ao domingo consiga jogar bem. Ele tem sido importante para nós, mas é obvio que vivemos do futebol e não nos podemos esquecer que temos vida, filhos, contas para pagar e dependemos do ordenado no final do mês.»
O defesa-central vai interpor uma acção ao Maia para que lhe seja pago o contrato até ao fim, como tem direito pela rescisão por justa causa. O processo está entregue ao Sindicato de Jogadores e Abadito aponta o dedo à passividade da Liga de Clubes. «A Liga tem de estar mais atenta a estes casos pois são situações críticas para nós. Se não têm condições têm de fechar as portas pois se não podem pagar não jogam. O Maia já é um clube viciado neste tipo de comportamentos. As pessoas que trabalham com a equipa têm feito um excelente trabalho para dignificar o clube mas a Direcção não tem feito nada», acusa.
Abadito vê-se obrigado a jogar na II Divisão B até final da época. Ao Maisfutebol ressalta que é isso que vai fazer com toda a determinação: «Estou ainda em conversações e por isso não posso dizer o nome do clube. Irei jogar de cabeça levantada e trabalharei com a determinação que fiz na Liga e na Liga de Honra.»