O Benfica somou o terceiro jogo consecutivo sem ganhar e ficou à mercê do F.C. Porto que, agora, só precisa de vencer este domingo o Feirense para recuperar a liderança da Liga. As derrotas em São Petersburgo e em Guimarães tiveram ecos em Coimbra, onde as águias não foram além do zero.

Depois do trambolhão no Minho, que custou os primeiros pontos às águias desde a 10ª jornada, e o consequente encurtamento da vantagem sobre o F.C. Porto para dois pontos, a visita a Coimbra revestia-se de particular importância. Ainda por cima, tratando-se do jogo imediatamente antes do clássico. Chumbo absoluto.

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A margem de manobra era, portanto, bastante apertada. A equipa melhorou em relação ao último jogo, com mais pressão e melhor circulação de bola frente a um adversário que apostou tudo na defesa do nulo. Mas pecou na finalização, desperdiçando várias possibilidades de golo, algumas a roçar o escândalo. Além disso, manteve-se a tendência de o Benfica não vencer quando lhe falta Javi Garcia, que voltou a ser convocado mas não passou do banco.

O jogo abriu praticamente com um lance polémico na área da Briosa, num cruzamento de Bruno César que esbarra num braço de Cédric. As águias impunham o ritmo e, pouco depois, apareceu a primeira grande ocasião, na cabeça de Aimar.



Peiser fez então uma grande defesa face a um golo iminente, dando início a uma noite bem inspirada entre os postes. Os encarnados mantinham-se instalados no meio-campo da Académica, chegavam rapidamente a zonas de finalização, mas, uma vez lá chegados, faltava sempre qualquer coisa.

Maxi Pereira e Matic destacavam-se nesta fase do jogo, empurrando a equipa para a frente, perante um adversário que convidava ao ataque, mas quando a bola não falhava o alvo havia Peiser ou um defesa mais afoito. Cardozo, de folha seca, esgotaria as oportunidades da primeira parte.

Jesus lança Nélson Oliveira a todo o gás

Era evidente que o Benfica tinha de dar mais poder de fogo ao ataque e se, em Guimarães, Jesus foi criticado por ter entrado com um onze demasiado ofensivo, além de ter demorado a mexer na equipa, em Coimbra, fez o contrário. Logo ao intervalo, mudou o o 4-2-3-1 para um 4-1-3-2 , com a troca de Matic por Nélson Oliveira.

O jovem avançado, recente aposta de Paulo Bento na Seleção, entrou com a corda toda, isolou-se, e, logo na primeira jogada da segunda parte, ficou a centímetros do golo. A Académica ainda respondeu, mas havia, definitivamente, mais vermelho na partida. Prova disso foi a bola enviada à barra por Flávio Ferreira, num corte providencial quando Cardozo tinha tudo para marcar.

Peiser também ajudou a manter o marcador a zero, num par de defesas consecutivas a remates de Nélson Oliveira e Maxi Pereira. Os estudantes defendiam-se como podiam da avalancha ofensiva encarnada, às vezes até recorrendo à falta, como aconteceu num derrube de Flávio Ferreira sobre Aimar em plena área que o árbitro não terá visto.

Pouco depois, Hugo Miguel também poderia ter dado o segundo amarelo a Maxi, por uma entrada dura sobre Cédric, só que, mais uma vez, o juiz teve uma decisão discutível.

O Benfica perdia discernimento, à medida que o tempo passava e o golo não aparecia. De um futebol de pé para pé passou rapidamente para lançamentos longos, facilitando a tarefa a quem defendia. A partir de um lançamento lateral, Nélson Oliveira voltou a falhar o alvo de forma incrível. Foi a antecâmara para um final de nervos, com os de Coimbra também a explorarem o adiantamento da equipa da Luz durante seis longos minutos de descontos.

No final, a Briosa, que tem marcado passo na Liga, voltou a ter razões para sorrir depois da qualificação para o Jamor, que até meteu um «atropelo» ao F.C. Porto. Esta época, junto ao Mondego, só mesmo os portistas conseguiram passar para o Campeonato.