A Académica não vencia em Coimbra desde o triunfo sobre o FC Porto, no final de Novembro, mas manteve a tradição de entrar a ganhar em casa a cada novo ano. Fê-lo depois de apanhar um susto na primeira parte – viu o adversário virar o resultado que lhe era favorável –, mas sobretudo graças a uma grande segunda parte.

É um importante balão de oxigénio para os estudantes, que conseguem a segunda melhor primeira volta desde que a Liga é disputada por 16 equipas, almejando mais um salto para, agora mais geométrico, para o meio da tabela.

Quanto ao Paços, não ganha há nove jogos consecutivos, para todas as competições, acaba de ser eliminado da Taça de Portugal em casa por uma equipa da II Liga, e as perspetivas no campeonato são cada vez mais negras, sobretudo numa jornada em que a concorrência somou pontos. Os castores tombaram isolados para o último lugar...

Quem diria que o jogo entre o pior ataque da Liga e a segunda defesa mais batida teria quatro golos, dois para cada lado, ao intervalo? Mas foi o que aconteceu. Começou melhor a Briosa, que aproveitou, logo aos 11 minutos, uma confusão na área dos castores para abrir o ativo por intermédio de Magique.

Parecia que o mais difícil estava feito e, nos momentos que seguiram, o Paços viu-se em dificuldade para entrar na defesa da casa. A insistência, porém, deu frutos quando um remate de Manuel José acertou no braço de Halliche (ou terá sido ao contrário?), e o árbitro assinalou grande penalidade.

Esta tem sido, de resto, a sina dos estudantes. O nono castigo máximo sofrido da época pelos pretos não rendeu, desta feita, uma defesa de Ricardo, outra tendência da temporada, e Manuel José fez o empate.

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O tónico terá motivado Bebé para, pouco depois, colocar os castores em vantagem com um grande pontapé, que ainda sofreu um desvio. Num ápice, a Académica passou de vencedora a vencida, mas também não baixou os braços.

Marinho atirou à trave, na antecâmara de novo empate, por João Real, a corrigir um lance depois de grande defesa de Degrá. E assim chegou o intervalo, com uma barrida de golos, coisa rara sobretudo para os lados da equipa de Sérgio Conceição.

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O delírio estudantil continuou logo no início da segunda parte: Cleyton virou novamente o resultado para os da casa, e este já era o jogo com mais golos dos conimbricenses esta época na Liga.

Depois de uns primeiros 45 minutos tão movimentados, a segunda metade foi bem mais calma. A partir da segunda vantagem, a Académica passou a controlar melhor os acontecimentos.

Nesta altura, começou-se a perceber que o Paços dificilmente conseguiria voltar à partida. Sem conseguir fazer mossa a Ricardo, os castores concederam espaços atrás, e, num lance de contra-ataque, muito bem concluído por Ivanildo, a Académica chegou tranquilamente ao 4-2.

Filipe Anunciação acabou expulso por acumulação de amarelos perto do fim, numa altura em que tudo estava praticamente resolvido, e só ajudou a confirmar o triunfo mais gordo dos estudantes esta época. Para quem tinha o pior ataque do campeonato, não foi nada mau: a Briosa fez neste jogo mais de metade dos golos que fizeram até então,