Pablo Aimar expulso em Olhão. O Benfica a agarrar-se aos cabelos com o vermelho ao argentino, que o deixa de fora do encontro com o Sp. Braga. Os encarnados reclamam má decisão do árbitro e mostram uma folha disciplinar imaculada. «Expulsa o Aimar, pela primeira vez na carreira do argentino, por uma jogada legal, por muito que alguns teimem em ver o contrário», disse o diretor de comunicação do clube. Na verdade, é a terceira. O que é pouco numa carreira já longa. Mas a maior mancha até nem foi punida. Foi num Valência-Deportivo e esse 17 de setembro de 2005 ficará como o dia em que Aimar cuspiu num adversário. Jogava no Corunha e ainda se chama Capdevila.

Os relatos sobre Pablo Aimar falam de um jogador disciplinado. Ex-rivais, ex-companheiros têm, ao longo dos tempos, dado testemunhos nesse sentido. Marco Caneira, ex-Valência e agora no Videoton, é mais um: «Que me recorde, nunca teve nenhuma questão de indisciplina. O Aimar sempre foi um jogador correto.»

A estatística dá razão a Caneira. Na Europa, é preciso ir até 2003 para se descobrir uma expulsão do 10 do Benfica. Nesse ano, viu um amarelo por tocar em Casillas, num Real Madrid-Valência, e outro cartão por, alegadamente, ter pisado Michel Salgado - o Valência recorreu da expulsão, sem sucesso, diga-se.

A disputa aérea com Capdevila

Antes, só mesmo em 2000, frente ao Argentinos Juniors, pelo River Plate, no Apertura argentino. No entanto, a grande mancha de Aimar na disciplina nem foi punida. Iturralde Gonzalez reformou-se agora da arbitragem espanhola e, com ele, levou o cartão encarnado que não mostrou a Aimar no tal Valência-Corunha.

Num lance aéreo, o argentino disputa a bola com Capdevila. É atingido e reclama. O agora lateral-esquerdo do Benfica parece ir pedir desculpa e o argentino perde a cabeça. Cuspiu no adversário, hoje companheiro de equipa e ao lado do qual até esteve sentado no banco, em Olhão. Coisas do futebol, coisas sanadas presumivelmente.

«Tanto Aimar como eu somos seres humanos e, por vezes, podemos equivocar-nos em momentos mais quentes. O que acontece é que, por vezes, reage-se mal por se ser constantemente atingido pelos adversários.»

As palavras de Ariel Ortega são sobre a primeira expulsão de «El Mago», um génio que, tal como todos os outros, também não está imune a perder a cabeça.



Veja o vídeo neste link:

Pablo Aimar e Capdevila