Aí está a primeira grande «bronca» do Campeonato do Mundo. Um remate de Lampard que foi à trave e ultrapassou claramente a linha fatal no regresso ao solo, mas o árbitro não viu. Seria um golo que permitiria à Inglaterra chegar ao 2-2 no minuto seguinte ao golo de Upson que tinha reduzido a vantagem inicial da Alemanha. Polémica à parte, assistiu-se a um grande jogo de futebol no Estádio Free State, um daqueles que fica para a história. No final, como previa Gary Linecker, ganhou a Alemanha (4-1), sem espinhas.

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Entrou melhor a «Mannschaft», com mais posse de bola e, mais importante, a conseguir profundidade no ataque, o que a Inglaterra não conseguia, limitando-se a longos pontapés para a frente, sem qualquer mossa para a bem organizada equipa de Joachim Low. Curiosamente foi assim que a Alemanha chegou ao primeiro golo, num longo pontapé de Neuer que destacou Klose na área. O avançado, regressado de castigo, aguentou a pressão de Upson e bateu David James. Um golo histórico que permite ao avançado do Bayern igualar pele com doze golos em fases finais.

A Inglaterra, com um futebol previsível, não conseguia reagir, Capello explodia junto ao banco e a Alemanha voltava a marcar, num grande lance pela direita, com Lahm e Klose a abrirem caminho para a entrada de Mueller que cruzou de primeira para o remata demolidor de Podolski.

Um segundo golo que mexeu com o orgulho inglês que finalmente reagiu. Pelo menos, os homens de Capello conseguiram passar a ideia que podiam equilibrar a contenda. Upson reduziu com um remate de cabeça e, no minuto seguinte, o caso do jogo, com Lampard a atirar à barra e a bola a passar a linha fatal. Capello chegou a comemorar efusivamente no banco, mas não valeu, o jogo prosseguia para surpresa do treinador italiano.

Um jogo que animou a Inglaterra que regressou do intervalo determinada a virar o resultado. Lampard voltou a acertar na barra, mas foi a Alemanha que voltou a marcar e a matar definitivamente o jogo com dois contra-ataques demolidores: o primeiro, aos 67 minutos, conduzido por Schweinstiger e concluído por Mueller; o segundo, aos 71, conduzido por Ozil e concluído pelo mesmo Mueller.

Foi a sentença final do jogo. A Inglaterra regressa a casa com motivos para recordar o golo de Hurst em 1966, enquanto a Alemanha fica à espera do desfecho do Argentina-México desta noite.