«O jogo com o Barcelona preocupa-me menos que outro qualquer, ali não é possível ganhar, porque o Barça está a arrasar e creio que este vai ser o seu ano»
Bernd Schuster fez o funeral ao Real Madrid depois de mais um desaire em casa diante do Sevilha (3-4) e antes da visita ao Camp Nou para defrontar o Barcelona. Uma constatação fácil de fazer olhando para a série de resultados dos dois clubes rivais na liga espanhola. Os merengues somaram apenas três pontos nas últimas quatro jornadas, enquanto os catalães de Guardiola, no mesmo período, somaram dez pontos e marcaram outros tantos golos.
Schuster: «Neste momento, é impossível ganhar em Camp Nou»
O técnico alemão diz que neste momento é impossível ganhar no Campo Nou. É verdade, até porque «neste momento» não está lá ninguém, mas daqui a uma semana também será difícil de ver o Real Madrid travar a dinâmica que o Barça adquiriu e que, agora, vai aprimorando de jogo em jogo, com um futebol cada vez mais espectacular como se viu no último sábado diante do Valência (4-0).
É difícil de acreditar porque os próprios jogadores do Real e o seu treinador são os primeiros a não acreditar e a baixar os braços. Esta noite, diante do Sevilha, ainda tentaram mostrar que estavam vivos, quando recuperaram de 1-3 para 3-3, mas acabaram por cair mais uma vez diante dos seus adeptos (3-4).
Os campeões até entraram bem na Liga, como campeões que eram, ultrapassando um primeiro desaire no Riazor (1-2) com uma boa série de vitórias e alguns resultados expressivos, como a goleada ao Sp. Gijon (7-1) ou a vitória em pleno Vicente Calderón (2-1), destacando-se sempre à frente do Barcelona, que teve mais hesitações na estreia de Guardiola. Mas quando o Barça acertou o diapasão, o Real afundou-se inexplicavelmente.
Foi eliminado na Taça do Rei, perdeu na Champions e caiu a pique na liga, atropelado na classificação pelos catalães que preparam, agora, a recepção com uns confortáveis nove pontos de avanço.
O Real Madrid está longe de ser uma equipa de «galácticos», mas tem matéria-prima mais do que suficiente para montar uma equipa competitiva. Precisa de um treinador que comece por acreditar. Schuster já não acredita.