Aloísio, lembra-se? O antigo defesa central do F.C. Porto, mais tarde adjunto de José Mourinho nas gloriosas campanhas europeias dos dragões, voltou ao Brasil há um par de anos, mas nem por isso perdeu o rasto ao futebol português. Com o auxílio da preciosa internet e de amigos que vivem «o dia-a-dia» dos dragões, o brasileiro vai-se mantendo informado sobre tudo o que se passa no clube que conquistou o seu coração, a ponto de ser, ainda hoje, o estrangeiro que mais vezes vestiu a camisola azul e branca.

Em fim-de-semana de F.C. Porto-Sp. Braga, o Maisfutebol conversou com o ex-jogador, ele que desempenhou as funções de adjunto nos dois clubes, reeditando no Minho uma dupla com Jorge Costa que fez sucesso a tapar os caminhos da baliza dos dragões.

«São sempre jogos complicados. O Sp. Braga é um adversário tradicional que o F.C. Porto conhece bem. Sempre foi complicado e neste momento mais ainda, porque tem uma grande equipa. Está moralizado, por estar na Champions e ter sido vice-campeão no ano passado. E tem um grande treinador, também», começa por dizer Aloísio.

Aloísio: o amigo Jorge Costa e os conselhos a Walter

O antigo central refere-se ao «amigo» Domingos, companheiro de tantas partidas de azul e branco pintadas, agora no banco arsenalista. Para ele, «tudo do melhor». «É um jovem mas já com muita experiência, que está a mostrar em Braga as capacidades que todos já lhe viam quando treinou a Académica e o U. Leiria», afirmou.

Do outro lado da barricada, outra cara conhecida. «Quando eu comecei como adjunto no F.C. Porto o André Villas-Boas trabalhava nas camadas jovens. De certa maneira foi uma surpresa vê-lo chegar ao comando da equipa. Eu conhecia o André desde o seu início de carreira, quando estava nos infantis e nos juvenis. O Mourinho fez dele observador e aí passamos a ter mais contacto, pois ele estava sempre connosco. O trabalho que ele fez na Académica já mostrou um pouco do que ele vale como treinador e agora teve essa grande oportunidade. Desejo-lhe toda a sorte», atirou.

«Domingos e Villas-Boas têm perfis idênticos»

No discurso as características que o distinguiam em campo: classe e serenidade, seja qual for o tema. Na hora de comparar os dois técnicos, como tantas vezes quando teve um avançado temível na cara, Aloísio não tremeu.

«O Domingos tem mais experiência. Começou mais cedo, tem um curriculum mais preenchido. A nível de capacidade penso que são bastante parecidos, até porque têm perfis idênticos. Têm a escola do F.C. Porto e isso nota-se na forma como jogam as suas equipas. O Domingos usa um futebol atractivo e moderno. O Villas-Boas tem a parte teórica a seu favor. Está a pôr em prática o que aprendeu ao longo dos anos com um grande treinador como é o Mourinho», explicou.

Domingos explorou em campo o mundo pelo qual Villas-Boas sempre foi apaixonado. E mesmo quando ninguém o imaginava, o agora técnico dos dragões não baixava os seus horizontes, como conta Aloísio: «Já quando estávamos os dois no F.C. Porto, o André comentava connosco que no futuro queria ser ele a treinar uma equipa. O tempo que trabalhou como observador deu-lhe uma grande experiência, mas ele sempre mostrou ter grandes capacidades e foi numa boa altura para o F.C. Porto. É um treinador muito novo e sem grande experiência, mas acredito que vai dar certo.»