Absolutamente inacreditável o ambiente entre o selecionador da Holanda e alguns jornalistas do seu país. Numa conferência de imprensa curta e agressiva, Bert van Maarwijk trocou um bate-boca aceso com pelo menos um representante dos media, perante a incredulidade dos profissionais da comunicação social de outros países, entre os quais o Maisfutebol.

Logo a começar, um repórter fez quatro ou cinco questões consecutivas ao técnico. Até a tradução ficou comprometida perante o relampejar de parte a parte. Percebeu-se, do pouco percetível, que a presença do criticado Mark van Bommel era uma «reação às críticas».

Entre comentários despropositados e sorrisos amarelos, Van Maarwijk lá deixou uma ou duas ideias relevantes. Disse, por exemplo, que a maior mudança para esta partida é o dístico de urgência.

«Isto é uma final. Se a Alemanha vencer a Dinamarca sabemos que temos de vencer Portugal por dois golos. Terei isso em mente», disse Van Maarwijk.

O nome de Huntelaar foi lançado e gerou-se burburinho na sala. «Esta foi a pergunta mais inteligente que fizeste», lançou Van Maarwijk, trocista, a um jornalista.

Teve de ser um colega português a acalmar os ânimos com uma pergunta sobre a nossa seleção. Van Maarwijk respondeu.

«Portugal é mais do que Ronaldo. Só precisa de um empate. É uma grande equipa. Destaco também o Nani», sublinhou Van Maarwijk, claramente à espera de uma ajudinha da Alemanha.

«Vamos jogar o nosso jogo. O objetivo é simples: vencer por dois golos de diferença e esperar pela vitória da Alemanha».

«Mau ambiente? Na Espanha é pior e venceram 4-0»

O veterano capitão Mark van Bommel deixou algumas ideias. Poucas. Tentou, essencialmente, desviar-se das provocações. «Nunca pensamos num cenário destes. Zero pontos, dois jogos, é uma surpresa».

Ainda assim, Van Bommel desdramatiza o propalado mau ambiente no balneário. «Com duas derrotas não é tão bom como podia ser, mas temos uma grande hipótese de seguir. Na equipa de Espanha o ambiente é pior e eles venceram 4-0».

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