Faltam três jogos. Nove pontos. Sporting tem pela frente dois jogos fora e o Benfica outros dois em casa. Esta é a realidade e quem quer ser campeão sabe que, provavelmente, se tropeçar uma só vez pode não conseguir levantar-se novamente. Há alturas para tudo e esta é para conseguir-se os três pontos dentro de campo dê por onde der.

Jorge Jesus e Rui Vitória são dois treinadores experientes. Um mais do que o outro e com mais currículo, mas também com mais anos disto. A verdade é que, consoante as jornadas vão passando, há algo que assume cada vez mais importância do que aquelas ideias que os atletas e treinadores repetem durante a época durante as palestras.

É a vertente mental!

Aí há que destacar que nenhuma das equipas tem falhado. Física ou taticamente podem existir falhas, mas mentalmente, quer Benfica quer Sporting, têm conseguido na Hora H estar lá. Interessante tem sido a sequência de quem joga primeiro. O Sporting a aproveitar essa provável vantagem de pressionar o seu opositor e o Benfica, com maiores dificuldades nestes últimos jogos, a conseguir responder.

A mudança de papéis

Na próxima jornada, os papéis invertem-se. O Benfica joga primeiro e em casa frente a um adversário que tem, repetidamente, feito maus resultados nas últimas jornadas. É esperar para ver.

O Sporting visita um adversário que lhe tem criado a si e ao seu treinador, enquanto esteve ao serviço do emblema rival, bastantes dificuldades nas últimas temporadas.

Se a lógica imperar e o Benfica fizer o seu trabalho, a questão será:

  • Como montará e preparará Jorge Jesus a sua equipa para ter de ir vencer ao reduto do terceiro classificado, sabendo que, ao contrário das últimas partidas, há do outro lado um adversário que, apesar de fragilizado, tem armas individuais a temer?
Sporting tem aproveitado bem a vantagem de jogar primeiro

Será que Jorge Jesus irá fazer o que fazia no Benfica e montar uma equipa que tinha de vencer também, mas que consecutivamente alterava rotinas e a identidade coletiva?

Será que esse receio perante um dos seus maiores rivais apoderar-se-á dos jogadores do Sporting?

Ou, por outro lado, aproveitará Peseiro o clássico para espicaçar a sua equipa e ganhar alguns pontos no Dragão? Não deixará de ser interessante ver como armará a sua equipa para capitalizar o momento.

Jorge Jesus leva alguma vantagem na experiência sobre Rui Vitória, mas é nos jogadores do Benfica que esta existe em maior quantidade face aos rivais.

Certo é que se viu uma pequena festa no relvado de Vila do Conde por parte dos benfiquistas. Recorde-se que, há uns anos, houve momento semelhante nos Barreiros. Será que Rui Vitória irá recordar-se disso e não vacilar? É certo que o Estoril dessa época era bastante superior ao Guimarães, Marítimo ou Nacional da atual, mas uma coisa é certa: não basta querer vencer.

A vontade é muito relevante num jogador ou numa equipa. Mas a organização mental é deveras fundamental e, aqui, Jorge Jesus leva alguma vantagem quantitativa em termos de experiência comparativamente a Rui Vitória. Só que é na equipa do Benfica que estão os experientes jogadores que já passaram por estas situações.

Complicado? É esperar para ver!