Dos 36 campeonatos nacionais conquistados pelo Benfica, só um deles foi alcançado após o sacrifício de equipas técnicas no decorrer da época.

É preciso recuar mais de cinco décadas – 51 anos para sermos precisos – para identificar a única ocasião na qual os encarnados foram felizes após uma «chicotada»: na prática, até foram três os treinadores que passaram pelo comando técnico da época em 1967/68.

Fernando Riera, campeão pelas águias na época anterior e em 1962/63, no período pós-Bela Guttmann, foi suspenso em dezembro na sequência de polémicas relacionadas com salários e prémios em atraso. Fernando Cabrita foi apontado para o lugar do chileno, tendo sido substituído pelo brasileiro Otto Glória após uma derrota no Barreiro diante da CUF.

Nessa altura, à passagem da 21.ª de 26 jornadas, o Benfica era segundo no campeonato a dois pontos do líder Sporting. Entre a chegada de Otto Glória e a conquista do 16.º título, o Benfica venceu na Luz os leões por 1-0 na 24.ª ronda, consumando aí ultrapassagem definitiva ao rival lisboeta.

Ainda que sejam muitos os exemplos de técnicos demitidos pelas direções do Benfica no decurso de épocas – o último deles foi José Antonio Camacho em 2007/08 – esta é uma medida que raramente se revelou um sucesso absoluto e que nem sempre atenuou estragos.