Projecte uma imagem do paraíso. Isso. Areia imaculada, o mar mais azul que possa imaginar, palmeiras, absoluta tranquilidade, a natureza no seu estado mais puro.
O paraíso é a ilha de Anguilla.
Uma pontinha de terra rodeada pelo encanto do oceano. O navegador Cristóvão Colombo descobriu-a em 1493. Colonizada pelo império britânico a partir de 1650, esteve sob domínio francês durante um breve período do século XVII, antes de voltar a ser resgatada pelas garras inglesas.
Durante o século XX, a revolução de 1969 conduziu o país à independência. Mas por pouco tempo. Dois anos depois, o Reino Unido recuperou este pedaço de céu e tornou-o, até hoje, uma república ultramarina de Sua Majestade.
A evidente influência europeia trouxe o futebol a estas paragens, mas sem grande sucesso. O desporto-rei tem-se implantado com muitas dificuldades, o que até nem admira. Afinal, perante tamanha abundância de idílio, quem é que pode sequer pensar em jogar à bola?
156 irredutíveis. Sim, é este o número oficial de futebolistas em Anguilla. Nesta catársis dos sentidos, o futebol ainda não tem lugar.
O retrato de um pedaço do céu
Em Anguilla vive-se devagar, sem urgência. Um verdadeiro oásis de prazer e ócio. O país não tem transportes públicos, nem rede de distribuição de água, por exemplo. Cada casa possui um depósito que filtra o que a chuva dá. Há apenas um hospital (Hughes Medical Centre) - que até é a grande referência em cirurgia plástica nas Caraíbas - sete escolas primárias e uma secundária.
A maior fortuna dos habitantes é a sua consciência ambiental. O povo de Anguilla respeita a benesse que o destino lhe concedeu. Cada projecto de construção é analisado à lupa, cada invasão dos grandes operadores turísticos é repelida com veemência.
Nesta ilha sobrevive o turismo familiar, que ainda assim é a maior fonte de produtividade. A simpatia das gentes compensa o «não» à ostentação e à grandiosidade dos grandes resorts.
Aqui são a simplicidade e o desprendimento que ditam as regras. Talvez por isso o futebol desperte tão pouco interesse.
DADOS OFICIAIS DO PAÍS:
Número de habitantes: 13.477
Área total: 102 km2
Língua oficial: Inglês
Capital: The Valley
Moeda: dólar das Caraíbas
Temperatura média atmosférica: entre 26 °C e 29 °C
Demografia: 90,08% da população é negra; 3,74% é branca; 4,65% é mestiça
Economia: alicerçada no turismo
Rendimento per capita: cerca de seis mil euros por ano
Desportos principais: críquete, râguebi e corridas de barcos
COMO CHEGAR A ANGUILLA:
O aeroporto principal de Anguilla chama-se Wallblake. Mas chegar lá, desde Portugal, não é fácil e implica muitas e muitas horas de voo. O primeiro passo é relativamente simples. Chegar aos Estados Unidos. Há voos directos de Lisboa para Boston e Newark, por exemplo, através da Continental Airlines. Se escolher a segunda opção, tem de se dirigir depois para Nova Iorque e voar para San Juan (Porto Rico) com a companhia American Airlines. O mais difícil está feito. De San Juan para Anguilla o voo dura apenas uma hora. Portanto, se for um viajante paciente e tiver algum dinheiro de lado, talvez valha a pena dar um salto a uma das mais belas ilhas das Caraíbas.
Custo da viagem: cerca de 1280 euros (ida e volta de avião)
Duração da viagem: nunca menos de 20 horas
Veja um vídeo sobre a ilha de Anguilla: