António Simões, consultor técnico nacional, foi uma das testemunhas ouvidas pelo Conselho de Disciplina da FPF no âmbito do processo que foi instaurado a Carlos Queiroz, na sequência de declarações prestadas ao «Expresso». O antigo jogador diz que «chegou o momento de as pessoas do futebol tomarem conta do futebol» e atribui responsabilidades: «Alguém começou isto e esse alguém foi o secretário de Estado. Nunca vi o poder político envolver-se tanto no futebol como hoje.»

Será que a Federação sai ferida de morte deste processo? «Para falar na FPF é preciso falar no secretário de Estado. Estamos a desvirtuar a origem do processo. Quando se pergunta se Queiroz tem condições para continuar temos é de perguntar se o secretário de Estado tem condições para continuar. Eu acho que não tem. Porque o caso Queiroz é o caso Laurentino Dias.»

O consultor técnico nacional acredita que o presidente da FPF, Gilberto Madail, foi apanhado no meio de um caso que não foi ele que criou: «Acho que o Madail é vítima da interferência política. A única nota de culpa que lhe faço é esta: quando o secretário de Estado teve aquela atitude devia ter dito não se meta nisto. Deixe isto para as pessoas do futebol.»

Simões escusou-se a revelar o que disse ao Conselho de Disciplina: «Não posso revelar. Mas posso garantir que disse a verdade e para essa não existe timing.»