O Benfica enviou esta segunda-feira à Federação Portuguesa de Futebol um «protesto veemente» devido às declarações que João Leal, assessor jurídico da federação, prestou em Nyon, aquando das audiências para decidir sobre o recurso do F.C. Porto à exclusão da Liga dos Campeões. Recorde-se que nessa altura João Leal disse à UEFA ter dúvidas que a decisão da Comissão Disciplinar da Liga já tivesse transitado em julgado.
No protesto enviado à Federação, ao qual a Agência Lusa teve acesso, o Benfica acusa João Leal de actuação «dolosa» e de ter prestado «falsas declarações» e «informações dolosamente impregnadas de reserva mental». Por isso mesmo o Benfica acrescenta que vai entregar ainda esta segunda-feira uma participação disciplinar à UEFA contra João Leal «por violação dos seus deveres funcionais de natureza pública».
Para a SAD encarnada, a actuação de João Leal foi tanto pior quanto foi premeditada. «O dolo específico do representante da Federação Portuguesa de Futebol já havia sido antecipado e anunciado pelo jornal Record», diz o documento enviado pelo Benfica à federação. «Toda a sua conduta foi adoptada com o intuito deliberado de induzir em erro de julgamento o Comité de Apelo da UEFA, o que se veio a verificar».
O Benfica acrescenta ainda que João Leal «confessou expressamente a sua ignorância sobre a matéria de facto sobre a qual ia depor e cujo conhecimento era obrigatório, atentas as qualidades em que interveio» e que «cometeu gravíssimas incorrecções técnico-jurídicas». Segundo a Lusa, a participação disciplinar contra João Leal é prevista e punida nos artigos 5º, 6º e 15º do Regulamento Disciplinar da UEFA.