O Boavista tenciona recorrer a «todos os meios processuais» para que a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) reveja a sentença do processo Apito Final. Na origem da intenção está a sentença do Supremo Tribunal Administrativo que considerou inválido o uso das transcrições das escutas telefónicas a João Bartolomeu, presidente da União de Leiria.
Adelina Trindade Guedes, administradora da SAD do Boavista, disse à Lusa que o clube «não ficou surpreendido com o acórdão». «Foi isso mesmo que o Boavista alegou em sede de recurso para o Conselho de Justiça, ou seja, que as escutas telefónicas eram ilegais e inconstitucionais» quando estão em causa processos disciplinares, defendeu.
A administradora do Boavista disse que não foi ainda decidido o que irá exactamente fazer o clube, mas colocou a hipótese de «uma indemnização» à Liga, assegurando que o clube «vai agir», depois de ter sido despromovido por coacção sobre árbitros, em factos relativos à época 2003/04.
A Lusa cita ainda fonte do F.C. Porto para dizer que os «dragões» também vão agir junto da Liga, para contestar as penas aplicadas ao clube e a Pinto da Costa, requerendo a revisão do processo, ao abrigo do artigo 190 do Regulamento Disciplinar da Liga, que prevê «a revogação ou alteração da decisão proferida no processo revisto, não podendo, em causa algum, determinar o agravamento da pena».
O FC Porto foi castigado por tentativa de corrupção às equipas de arbitragem nos jogos com o Beira Mar e E. Amadora, na época 2003/2004, tendo sido punido com a perda de seis pontos na época passada e com uma multa de 150 mil euros. O seu presidente, Pinto da Costa, cumpre dois anos de suspensão.
O processo de revisão, segundo a Lusa, tem de ser requerido pelo interessado à Comissão Disciplinar num prazo máximo de seis meses sobre a notificação da pena, que em ambos os casos ocorreu a 9 de Maio, terminando a 9 de Novembro.