Árbitros entregaram registo de interesses, mas querem que todos o façam

Os árbitros entregaram a declaração de registo de interesses, de acordo com o que está previsto na lei, mas tomaram iniciativas para tentar estender essa obrigação a todos os agentes desportivos, o que passa por consagrar esse princípio na Lei de Bases do Sistema Desportivo. «Ou todos ou nenhum», atirou Paulo Sérgio, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol.
O anúncio foi feito numa conferência de imprensa em que estiveram presentes Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, António Sérgio, presidente da APAF, Hermínio Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e o árbitro Paulo Costa.
Hermínio Loureiro revelou que foram solicitadas audiências com todos os agentes políticos que intervêm na discussão da Lei de Bases do Sistema Desportivo. O objectivo dos árbitros é que a obrigação não seja exclusiva dos árbitros, levantando ainda reservas quanto à confidencialidade dos dados recolhidos. A questão arrasta-se há muito e a Comissão Disciplinar da Liga tinha feito avançar um processo que fazia incorrer os árbitros em risco de suspensão se não entregassem a declaração.
A nova direcção da Liga e a APAF uniram-se para sugerir alterações à lei 112/99. «É uma medida injusta e discriminatória. Este é um aspecto que a Liga está disposta e pronta para ajudar a corrigir. Solicitámos audiências com o presidente da Assembleia da República,o secretário de Estado da Juventude e Desporto, o presidente da Comissão Parlamentar de Ciência e Cultura e com os líderes dos partidos com assento parlamentar», explicou o presidente da Liga.
António Sérgio lamenta que os árbitros sejam tratados como «pessoas menores»: «Os árbitros não estão disponíveis para aceitar esta lei, tal como está. Tenho informações que dizem que a nova Lei de Bases vai integrar todos os agentes desportivos nesta obrigação de entrega do registo de interesses. A lei deixará de ser aplicada apenas aos árbitros, corrigindo uma injustiça e uma discriminação que faz com que os árbitros sejam considerados pessoas menores.»