O colombiano Jorge Bermúdez, que em tempos defendeu o Benfica, veio lançar duras críticas ao presidente do Boca Juniores, Maurício Macri, a quem acusou de sempre ter tirado proveito pessoal das transferências de jogadores. Estas declarações referem-se a factos ocorridos antes de abandonar o clube em 2001 e até nem seriam tão fortes se não se viessem juntar a outras recentes de Marcelo Delgado, que fez precisamente as mesmas acusações ao dirigente.
«Em cada negócio que se fazia com o Boca, tinha que tocar sempre alguma coisa a Macri para que ele desse a sua aprovação», disse Bermúdez. «Era a famosa coima, como dizem na Argentina. De contrário, era um rotundo não. Quando E quando Maurício Macri sair da presidência do clube vão saber-se muitos outros casos semelhantes, porque alguns jogadores agora têm medo de falar».
O central que já jogou no Benfica deixou um caso que exemplifica o oportunismo corrupto do presidente do Boca Juniores. «Em Setembro de 2000, quando o clube terminou a participação na Taça Libertadores, um clube europeu pediu valores para a minha transferência e da presidência do Boca saiu um fax no qual se pediam cinco milhões de dólares. À noite da residência de Macri saiu outro fax exigindo mais dois milhões e deixando de lado o representante que tinha feito uma longa negociação para a transferência».
Estas declarações vêm juntar-se às feitar por Marcelo Delgado, que aconselhou o presidente Macri a «pôr-se a dirigir o clube e não a fazer negócios pessoais com o Boca Juniores», depois de ter revelado que o presidente recusou uma avultada oferta para que o avançado fosse transferido para o futebol japonês. Na sequência de estas declarações, Marcelo Delgado foi afastado do Boca Juniores e já não participou na digressão que o clube faz à Coreia do Sul e à Holanda.