O Arouca ganhou pela primeira vez na Liga e marcou o primeiro golo ao Rio Ave na prova. Os vila-condenses deixaram o grupo dos líderes, mas essa nunca foi a luta da turma dos Arcos, já os arouquenses estarão, certamente, bem mais aliviados depois dos primeiros três pontos no campeonato.

Valha a verdade que, sobre este jogo, em concreto, a equipa de Pedro Emanuel mereceu com toda a justiça a vitória. O Rio Ave, com um arranque fabuloso, mostrou estranhamente pouca vontade de obter a melhor entrada dos últimos 20 anos (se tivesse vencido), e passou a maior parte do tempo a ver o adversário falhar golos ou Romain Salin a defender. Até ao minuto 87, quando Roberto fez jus ao labor dos «canarinhos».

O Arouca mostrou ter aprendido alguma coisa com a má experiência da semana passada e, desta feita, entrou bem mais organizado. Pedro Emanuel também deu forte contributo para isso com algumas mudanças, desde logo na baliza, onde lançou o terceiro guarda-redes (Cássio) em três jornadas.

Iván Balliu também foi novidade do lado direito, em detrimento de Dias, e, no meio-campo, como esperado, surgiu Soares no lugar do castigado Nuno Coelho. Na frente, Romário pedia há muito um lugar e o técnico assim o entendeu.

O brasileiro, que não foi titular nas primeiras jornadas devido a lesão, acabou por ser a primeira contrariedade para os arouquenses, ao magoar-se ainda mal havia dado dois toques na bola.

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A entrada dos donos da casa, como se disse, foi prudente, também por culpa do Rio Ave que, experiente, não deu muito espaço atrás ao adversário, cortando-lhe as possibilidades de jogar em transições fortes, como Pedro Emanuel ameaçara no lançamento do jogo.

Com uma defesa igual à do ano passado, salvo a mudança de guarda-redes, os vila-condenses foram aguentando a insistência do Arouca, com nervo e firmeza. O calor não permitia grandes rasgos, mas os amarelos e azuis da Serra da Freita foram aumentando a intensidade com o decorrer dos minutos.

O Rio Ave já tinha desperdiçado um bom remate de Diego Lopes, mas o resto foi só Arouca. A entrada de Roberto, que rendeu o colega de ataque lesionado, fez bem à equipa, e o antigo jogador da Naval foi o primeiro a estar verdadeiramente perto do golo com um cabeceamento ao poste.

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Dado o mote, Pedro Emanuel terá lamentado que a primeira parte não tivesse durado um pouco mais tal a forma como a sua equipa esteve próxima de abrir o marcador. O mesmo Roberto, já nos descontos, esteve outra vez à beira do golo, mas o ressalto em Salin foi para fora.

Os arouquenses sentiram que podiam ganhar o jogo, face à réplica cada vez mais ténue do Rio Ave, e intensificaram o assédio à baliza guardada pelo francês, que, de resto, ia mostrando a qualidade reconhecida. Pintassilgo colocou-o à prova pouco depois do reatamento e obteve uma resposta à altura.

Se a primeira parte havia sido algo repartida, já a segunda metade foi de sentido único para os donos da casa. Do futebol corrido até às bolas paradas, os arouquenses de tudo fizeram para chegar ao golo. Tanto que, no canto do cisne, Roberto acertou finalmente no alvo e deixou a vila com um sorriso de ponta a ponta.