Cadeiras que fazem comichão. Vários adeptos que estiveram este domingo na final da Taça de Portugal queixam-se do mesmo. Alguns tiveram mesmo de ser assistidos pelos bombeiros, tiveram de ser lavados e medicados durante o jogo. As cadeiras podem ser as causas para tanto «bicho-carpinteiro».
Os adeptos acusam os assentos. «Já tivemos conhecimento de alguns casos, e eu próprio pude constatar que algumas pessoas apareceram com queixas», afirmou o director do Complexo Desportivo do Jamor, Albino Maria, ao Maisfutebol. «Já estamos de sobreaviso. Se aparecerem casos em número significativo teremos de proceder a uma investigação. Não posso dizer que foram as cadeiras porque ainda não analisámos. Tudo o que se pode adiantar agora será pura especulação», apontou.
Mas pelos relatos dos adeptos que sentiram a alergia espalhada pelas pernas e braços não havia muitas dúvidas. «Recebemos várias pessoas com comichão nos membros, nos braços e na zona das pernas. Foram colocados anti-alérgicos e lavadas as zonas da comichão, mas todas elas queixavam-se das cadeiras», afirmou o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora. «Houve uma reacção alérgica provocada por algum elemento em comum com estas pessoas de vários sectores do estádio. Não me parece que tenha sido algo do ar por aquela ser uma zona aberta de campo. As cadeiras podem ter causado uma alergia ou pela sua composição ou por algo que foi aplicado. A verdade é que também não foram muitos casos, e nenhum com uma gravidade extrema. Depois de um pronto tratamento não houve ninguém que tivesse regressado», concluiu.
Ninhos de vespas por baixo dos assentos
Leitores do Maisfutebol falam de cadeiras feitas de fibra de vidro. O composto, ou a falta do verniz de protecção dos assentos, podem ser causas mais do que suficientes para a alergia incomodativa. Mas já não é a primeira vez que algo acontece relacionado com as cadeiras. «Há quatro anos tivemos um problema. Houve um grande número de pessoas que apareceram picadas por vespas. Quando fomos investigar depois descobrimos que havia muitos ninhos de vespas por baixo das cadeiras. Então no ano seguinte procedemos a uma desinfestação e nessa final já não tivemos queixas», contou Albino Maria.
«Vamos proceder à investigação deste caso», acabou por garantir o responsável do Jamor. «Para perceber o que realmente se passou. É uma hipótese que tenha a ver com as cadeiras, mas todos os anos trocamos algumas e nunca houve este tipo de problema», referiu.
Depois da final deste domingo foi visível a quantidade de cadeiras arrancadas, principalmente no sector onde ficaram os adeptos azuis. «Fizemos o levantamento das cadeiras, e faltam 195», afirmou Maria. Mas isso não é nada como o recorde de há dois anos. «Quando foi a final entre o Benfica e o F.C. Porto foram quase duas mil cadeiras substituídas», lembrou. «Mas havendo ou não cadeiras arrancadas, todos os anos procedemos a uma substituição dos assentos que não têm condições», disse,
Tudo está a ser agora preparado para o evento que vai haver no dia 19 e 20, da formação da bandeira nacional no Jamor. «Algumas pessoas devem ir para as bancadas, mas fundamentalmente tudo vai passar-se no relvado», referiu a finalizar Albino Maria. Depois logo se vê se dá comichão.