O primeiro requisito é ser bela, o segundo é saber jogar futebol. Qual o mais importante? O primeiro, claro. «Não tenho muita técnica, mas tenho ganas», confessa Jasmin Cañas, num português quase perfeito: é apresentadora e estuda a língua de Camões porque acha que lhe vai dar jeito.

Em conversa com o Maisfutebol confessa que viu o anúncio à procura de mulheres bonitas para jogar futebol e pensou de imediato que era aquilo mesmo que queria. «Só tinha jogado futebol no colégio, como a maior parte das mulheres. Pareceu-me uma excelente forma de fazer exercício e divertir-me.»

Candidatou-se, fez o casting pelo qual passam todas as meninas entre os 15 e os 30 anos que querem juntar-se às Divas e foi seleccionada. «Para mim é muito importante fazer parte desta equipa. Queremos mostrar ao mundo que podemos jogar futebol e continuar a ser muito femininas», atira. Alguém duvida?

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Também por isso as bancadas vão-se enchendo. Quase exclusivamente de homens, claro. «É verdade, o nosso público é quase exclusivamente masculino.» Será que o resto das mulheres tem inveja? «Não sei, acho que não», responde. «As jogadoras são modelos e apresentadoras de televisão. É normal.»

Ora também por isso podia achar-se que o público podia ser inconveniente, por vezes. Jasmin Cañas garante que pensava que iria ser pior. «Às vezes lançam um piropo ou outro. Mas geralmente portam-se muito bem. Gritam coisas como vamos, linda ou força, chica. Mas estão sobretudo a ver.»

No fundo são um exemplo para todos os estádios: só vão lá mesmo para ver o espectáculo.

A feminilidade só se perde quando a coisa fica feia. Sim, que também pode ficar. «Tentámos jogar futebol como os homens. Também somos duras e damos muitas patadas», atira entre sorrisos. «Nunca ninguém se lesionou seriamente, mas às vezes saímos de campo com algumas nódoas negras.»

Isso é que é triste, mas enfim: é futebol. «Há meninas que jogam muito bem. Eu não sou o caso, mas esforço-me e tento progredir todos os treinos. Mas outras companheiras chegaram a jogar num nível federado e mostram aos homens que as mulheres podem jogar futebol, e continuar a ser mulheres.»

No fundo é isso: viva o futebol bonito.