Para Carlos Grave, a primeira grande meta está atingida. O objectivo era marcar viagem para Atenas e ela está garantida desde Maio. Depois, foi subir a fasquia. «Tudo o que eu queria era ficar nos 20 primeiros, mas uma coisa posso garantir: só fico em segundo se não puder ficar em primeiro», assume Carlos Grave, revelando o sonho que o leva à capital grega.
Para lá chegar, claro, é preciso total sintonia com o «Laughton Hills», um cavalo com o qual Carlos Grave sempre teve uma relação especial. «Comprei-o em 1999 e desde que o experimentei que disse: está aqui o cavalo que eu quero. Senti que este cavalo tinha muito boa índole. É um cavalo de grande honestidade. Só não faz o que não pode.», afirma.
«Laughton Hills» esteve parado dois anos devido a uma lesão nos tendões, com uma recaída pelo meio. «Disseram-me que era doido, mas recorri a uma técnica que antes se utilizava, a técnica das pontas de fogo. A ideia é provocar inflamação no tendão ¿ o cavalo põe-se a dormir - e depois dá-se com um biquinho quente na pele. Dois dias depois, há uma grande inflamação e o organismo reage para curar», explica Carlos Grave.
O resto fica por conta do cavaleiro e de uns quantos sacrifícios. «Como me preparo? É a passar fome. Eu gosto muito de comer e não posso porque quando tenho quilos a mais, sinto-me mal e o que eu queria era evitar atrapalhar o cavalo», brinca Carlos Grave. Por isso, o único representante do hipismo português em Atenas vai fazendo ginástica e juntando um certo exercício mental, quando está afastado do seu cavalo. «Imagino que estou a montar e isso faz-me um bem extraordinário e ajuda-me a pensar em como irei montar», revela.
Carlos Grave
Idade:
46 anos
Profissão: engenheiro agrónomo
Modalidade: Hipismo (Concurso Completo de Equitação)
Clube: Centro Hípico de Évora
Presenças Olímpicas: não tem
Qualificação para Atenas: Maio de 2004 (posição no ranking da Federação Equestre Internacional)
Partida para Atenas: 6 de Agosto
Objectivo para Atenas: ficar entre os 20 melhores