1. Óbvia regularidade... mas bem acima da média
Associar «regularidade» a João Moutinho é óbvio e falar dele sem essa característica (já) não faz sentido. Mas só assim não basta. Moutinho não é «apenas regular». É «regular acima da média». E «bastante». Titular em todos os jogos da Liga, cumpriu as 21 jornadas com uma média de 3,52 pontos (entre 1 e 5) dados pelo Maisfutebol - doze vezes 4 pontos; oito vezes 3; e apenas uma vez 2. Jogar 1840 de 1890 minutos possíveis - falhou (50!) - não conseguem muitos guarda-redes. Raul Meireles só tem 3,05 de média - e se não é tão importante para a equipa como o sportinguista, menos minutos em campo não é desculpa. A dificuldade está exactamente em manter o nível à medida que mais se joga. E Moutinho não oscila - nem ao longo da época nem dos jogos. O nível do sportinguista é certo como um relógio e sempre em alta do primeiro ao último minuto.
2. Quantidade de soluções que dá à equipa
Jogar na direita do meio-campo, no centro ou na esquerda é normal para este médio tão completo. Onde quer que esteja, Moutinho distribui jogo sem estranhar terrenos ou adversários. Algo que Raul Meireles não consegue ter, pois não é para isso talhado. Moutinho, pelo seu lado, já várias vezes recuou para a «posição 6» sendo, por regra, o João Moutinho «do costume». E não significa que é por ter entrado mais um avançado e vai haver menos trabalho defensivo. Às vezes, pelo contrário, pode ser-lhe exigido ainda mais. Pedir a um médio criativo e organizador de jogo que passe a «estancar» o (contra-)ataque adversário e ocupar lugar de «combate» quando já se jogaram muitos minutos não é para ser respondido por todos. A um nível alto, ainda por menos.
3. Uma garra que inspira muito respeito
Do primeiro ao último minuto «prego a fundo». Assim é o ritmo que João Moutinho «imprime» aos adversários e com que assiste os companheiros. E pelo meio sofre faltas que se farta «arrancando» cartões. Moutinho também os vê e até tem quatro. Mas, no sábado, quem não pode ver o quinto amarelo é Raul Meireles. O Porto vai à Luz a seguir enquanto o Sporting recebe o Beira Mar. E isto pode condicionar Meireles por muito que ele não o queira, enquanto o sportinguista tem o caminho muito mais livre. No «não deixar jogar», falar de uma marcação a Raul Meireles pode significar para os sportinguistas apenas «Não o deixem rematar». Falar de uma marcação a Moutinho significa para os portistas «Não o deixem jogar». E, isto, é muito mais difícil de conseguir...