1. Serenidade Paulo Assunção encaixaria na perfeição no livro «Horizonte Perdido», a obra-prima de James Hilton que nos fala de Shangri La, a cidade perdida nos Himalaias. Mito ou realidade, Hilton retrata a localidade como um ponto do planeta onde as mais apreciadas das qualidades humanas são a moderação e a serenidade. E não nos ocorrem melhores adjectivos para descrever Paulo Assunção. É um médio moderado e sereno. Factores que poderão ser decisivos no confronto com Simão Sabrosa. Não fazer faltas é meio caminho andado para Assunção levar a melhor nesse duelo tão particular. Até porque se sabe que Simão pode ser mortífero na cobrança de livres directos.
2. Astúcia Simão Sabrosa é mais rápido, Paulo Assunção é mais astuto. O médio do F.C. Porto é o adivinho dos dragões. Antecipa os lances com enorme clarividência e adivinha o desenlace de toda e qualquer jogada. Posiciona-se de forma muito inteligente, ocupa de forma eficaz os espaços que lhe competem e por isso é muito raro vê-lo a ser batido em velocidade. Mesmo não sendo um sprinter, longe disso. Essencialmente, sabe compensar essa menor rapidez através de outras qualidades que Simão Sabrosa não possui. No relvado da Luz ver-se-á se serão suficientes para levar a melhor sobre o número 20 do Benfica.
3. Sensatez Simplicidade de processos. É esta a fórmula do sucesso de Paulo Assunção. Consciente das suas limitações, evita os rodriguinhos e as fintas desnecessárias. Sensato, prefere jogar de forma curta e simples, embora tenha melhorado bastante nos passes longos. É muito raro vê-lo a perder uma bola ou a cometer alguma loucura baseada no egoísmo. Não, não é por aí que Simão poderá surpreendê-lo. Assunção é o perfeito modelo do atleta altruísta, que prefere a sombra à intensa luz dos holofotes. A equipa agradece-lhe.