1. Pura genialidade. É um prodígio técnico. É, por isso, imprevisível. Pensar em marcá-lo é uma aposta desde logo arriscada; consegui-lo, então, é ainda mais complicado. Nelson é um defesa direito com toda a disponibilidade física para andar atrás de Quaresma e tentar não o deixar jogar. Mas não chega. É preciso ser mais rápido a cortar do que o adversário a fintar. Quaresma é genial a fintar, mas o benfiquista não consegue corresponder-lhe nos cortes. Que melhor exemplo do que o jogo da primeira volta e o grande golo do portista depois de fazer gato-sapato do seu opositor?
2. Em forma. Com apenas três dias para preparar o clássico, depois da jornada dupla da Selecção, Quaresma pode sentir dificuldades para ultrapassar Nelson quando a pura técnica não conseguir deixar o benfiquista para trás. Mas essa é uma questão que só o decorrer dos minutos deixará clara. Até ver, Quaresma tem todo o benefício da dúvida, pelos exemplos que vem dando, de que vai ganhar o duelo na (sua) esquerda, quer com as jogadas individuais a desequilibrar as defesas para servir o ataque com cruzamentos bem medidos quer com remates certeiros ¿ sejam ou não de trivela.
3. A aposta. É actualmente o trunfo mais valioso de Jesualdo Ferreira. Quaresma vai entrar em campo com uma missão bem definida: decidir o jogo. Não será a única mas será a primeira aposta. Pode ser de mais dizer-lhe para carregar com o ataque às costas, como aconteceu frente ao Sporting, pois pode não ser suficiente para fazer funcionar toda a equipa, mas, no que lhe respeita, o rei das assistências da Liga, pela quantidade de jogo que vai passar por si, vai obrigar Nelson a pedir ajuda quer a Katsouranis quer a David Luiz.